sábado, 25 de julho de 2020

Nós poesia

Nos imagino em bares e cafés, rindo e sorrindo, flertes trocados, mãos tímidas aos olhares dos outros. Milhares de luzes da cidade grande refletindo sobre nossos rostos. Só existe a gente no meio da multidão, mundo paralelo que eu mesma criei.
Caminhando e admirando, observando, focados no sentir. Braço ao redor da cintura, encaixe, conforto, delicadeza. Certezas e nuncas, surpresas pelas quais ansiava, olhares que não desviam. Coração aquecido.
Semelhanças assombram, mas sorrisos conectam. Silêncio, sons energéticos. Só sente quem se permite. Deixar rolar, deixar rolar, deixar rolar. Eco.
Na escuridão, bocas que se encontram e almas que se entrelaçam. Cada canto, um pedaço de nós. Verde no chão e nas paredes, cheiro de temperos no ar e a nossa essência preenchendo cada metro quadrado. Parece demais pra mim.
A última vez que sonhei assim, chorei. Até hoje procuro partes perdidas e trago cicatrizes. Entretanto, te deixo chegar perto, e cada vez mais. Eu que nem acreditava mais no amor, talvez esteja começando a confiar nos sinais.