domingo, 27 de setembro de 2015

Carrossel

Minha cabeça tava girando, mas de um jeito bom. Não lembro da última vez que tinha me sentido numa vibe tão boa... As luzes brilhavam insanamente, incessantemente... Era vermelho pra todos os lados. A música me preenchia de modo a não restar espaços vazios, nem aonde costumava ficar o coração que você tomou de mim.
Sorrisos bonitos se aproximavam, olhares famintos passeavam pela superfície do meu corpo e eu sentia cada um deles. Talvez essa seja a melhor sensação do mundo, se sentir bem consigo mesmo, se sentir desejada - e isso sei que fui. Agora faz sentido aquela história de que sempre tem pessoas ainda mais incríveis que ainda não conhecemos só esperando a gente aparecer.
E apareci. Vivi, sorri, dancei, cantei, beijei... Vivi. A "eu" de 15 anos reviveu dentro de mim e agradeceu enormemente pela iniciativa. Agradeceu pela companhia, pela música, pela festa, pela bebida e pela diversão. Uma diversão que há muito queria conhecer e que desisti da mesma ao encontrar você, ao preferir estar ao seu lado no aconchego de um relacionamento. O você que me abandonou no meio do nada, pronto pra viver sem que eu estivesse também pronta.
Agora, minha alma quer se viciar nessa loucura de viver e de ser feliz. Meu coração prefere continuar em destroços pra não ter que se regenerar mais vezes. São Paulo promete me satisfazer como você antes o fazia. Descobri que todas as letras do alfabeto estão à minha disposição.
Por alguns anos esqueci os motivos pelos quais eu queria tanto volta a morar nessa cidade, e hoje todos vieram a minha mente. Engraçado como a vida gira feito carrossel e mostra como somos, como mudamos e como voltamos a ser; a vida não passa de ciclos repetitivos que nos fazem sofrer e depois sorrir.
Sentimentos que me preenchem agora são confusão, ansiedade, certezas e uma vontade inimaginável de viver. Dá sim pra viver sem você.
Voa longe e alto, enquanto eu voo também. Mas talvez, quando você voltar a pousar no mesmo galho, eu não queira pousar também. Talvez eu queira voar para sempre ou pousar do outro lado do mundo. Talvez apenas do outro lado do estado. E talvez, não queira mais você.