sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Esqueci


"Esqueci minha boca no teu corpo, pensei que isso te faria meu..."

Esqueci naquele banco triste e escuro do ônibus dois papeizinhos quase nada importantes pra todo o mundo, porém que são muito pra mim. Ou eram. Ou significam muito, na verdade.
Pela primeira vez, não chorei, contive o choro, sai sorrindo do dia maravilhoso que tive. Aliás, dos mínimos minutos que tive ao seu lado. Segui sorrindo, com os pensamentos e o coração aí contigo; e agora desabo. Em lágrimas, pra variar... Lágrimas essas que demonstram a minha contínua saudade de você, do seu sorriso, das suas palavras, do seu olhar, do seu amor.
A ausência arde e dói, como uma ferida aberta. Tu, ao meu lado, és como um band-aid eterno que é puxado abruptamente quando vais embora. Sinto tua falta e a falta do teu calor. Sinto falta das tuas palavras doces de "vai ficar tudo bem" e de apoio ao "não precisar ser perfeita", pois como já relatei, não sei lidar com isso.
Tua voz me acalma e me faz ter sonhos bons. Amo ouvi-la antes de dormir... Na verdade, amo ouvi-la em qualquer momento.
Me pergunto agora por que não escrevi, durante todo o ano, sobre ti, que foste a melhor coisa que me aconteceu. A princípio, penso que foi porquê és perfeito demais para ter o que escrever. Depois vejo que foi porquê vivemos demais, vivemos momentos felizes demais para serem relatados de imediato. Destes eu guardo apenas as belas lembranças que, neste momento, passam como um filme na minha cabeça.
Hoje, depois de momentos tão lindos, sinto a necessidade de declarar ao mundo o meu amor, minha paixão, meu carinho e minha amizade, por você. Sinto a necessidade de gritar com palavras que eu te amo com todos os restinhos de fôlego que ficam no meu pulmão quando te vejo e com aqueles que fico quando penso em ti.
Esqueci propositalmente aqueles papeizinhos que, na verdade, depois de muito refletir, não vão fazer falta em nada. Eu devo aprender a lidar com minha memória falha, pois é nela que tu vives quando não estás aqui. Nela e em meu coração.
Fazes tanta falta, sabia? Sei que sabe. Sei que estás pensando em mim. O que eu não sabia era que eu iria encontrar alguém assim. Mais uma vez, 2012, você valeu a pena, obrigada.

"Eu, Julieta, presa nesse pacto... Você, o meu Romeu."

@sahbellatrix

sábado, 1 de dezembro de 2012

Back to december all the time

De volta a dezembro... Esse post, depois de lido, provavelmente trará à tona o pensamento de "deveria ter sido escrito ao final de dezembro", entretanto eu discordo. Pra mim, final do ano não é no ano novo, é quando começa dezembro. Mês supostamente mágico, mas que de magia só tem as lembranças de anos passados que vêm a cabeça neste momento do ano.
E falando em anos passados, lembro-me bem de como estava nessa mesma hora, nesse mesmo dia, do ano passado. Ah, tempos antigos que não sinto a mínima saudade... Como tudo mudou! Meus objetivos traçados naquele instante foram todos alcançados e superados nesse novo ano. 2012 foi um ano e tanto, em todos os sentidos da minha vida.
Pensar que eu queria voltar a me reconhecer no espelho, pensar que eu queria voltar a ser eu, me achar em meio ao mar de pensamentos, tristezas e obscuridades que me envolvi; queria tanto emagrecer, me ver, me aceitar, me elevar... E eu consegui. E às vezes não acredito ter conseguido, não acredito mesmo. Meu humor, minha vontade de viver, meu sorriso verdadeiro, eram coisas as quais eu jurava nunca mais ter. Eram coisas que haviam se perdido no meio do caminho, e adivinhem só: eu as recuperei.
E recuperei com muito esforço, muita ajuda e muito amor verdadeiro. Cortes, depressão, morte e meios de chegar à ela não fazem mais parte nem dos meus pensamentos e nem do meu vocabulário. Claro, recaídas todos temos, não importa o que estamos tentando superar. Eu, no caso, superei muita coisa: superei decepções amorosas e me abri a novas pessoas, conheci muita gente e agradeço à vida e ao destino por essa oportunidade; vi também gente que sentia imensas saudades, que não via há anos e que agora vejo com mais frequência; superei decepções familiares e me propus a sonhar com a minha própria família; superei decepções com a minha personalidade, com meu mau humor constante, com meu peso, meu corpo, meu sorriso e tudo aquilo que eu julgava errado, tudo isso eu consertei, superei.
É incrível pensar que tempos atrás eu não aceitava de jeito nenhum o tamanho das minhas pernas, da minha bunda, dos meus seios, da minha barriga... É completamente inaceitável, na verdade, que eu não aceitasse como sou. E sou mesmo, sou de todo jeito, dessa cor mais ou menos, desse peso nem lá nem cá, desse meio termo diferente que, na verdade, todos éramos e agora todos fugimos. E porque sou como sou, encantei quem não queria ser encantado no momento em que eu estava tentando me reerguer de um solavanco que queria me levar ao pó novamente. Talvez essa tenha sido a maior mudança de todas.
Esquecer todo um passado, não sentir falta, não querer lembrar e não lembrar realmente deste, são coisas que dificilmente acontecem. Me jogar de cabeça, então, em um relacionamento totalmente movido por um imã dentro de nós (o qual é assunto para outro post), mais difícil ainda. Há muitos anos eu não acreditava em contos de fada, príncipes encantados e cavalos brancos. Como de costume, eu estava errada. Quanto às fadas eu não sei, já quanto aos príncipes, bom, eles existem. E eu tenho provas de que me tornei uma princesa.
Talvez isso tenha sido o que me fez melhor durante todo o ano: me trouxe felicidade, motivo para seguir em frente, incentivo pra me cuidar, pra estudar e até pra emagrecer. E eu nunca imaginaria que tudo isso fosse acontecer. Nunca imaginaria que eu poderia dizer que eu sei o que é felicidade pura. Eu não tenho do que reclamar. Não existe um "apesar" nesse contexto, não existe um "porém" ou "por outro lado". Simplesmente as coisas ruins são insignificantes hoje.
Obrigada 2012, por ter sido tão bom. Obrigada dezembro, por voltar sempre trazendo pensamentos tão bons, vibes tão positivas e lembranças tão reconfortantes. Obrigada vida, por eu ainda estar aqui. Obrigada amor, por simplesmente existir; mas como eu já disse, você é assunto pra outro post.

@sahbellatrix