Porque de repente eu quero tudo de novo? Porque de repente tudo virou você, de novo? Porque, de repente, assim, novamente, vi amor? E, ah! Suspiros. Se existisse uma taxa pela palavra "porquê", eu estaria muito mais do que falida. Devedora pra vida.
Eu realmente deveria entendê-la, deveria superar os problemas. POR QUÊ?! Menos um centavo na minha conta bancária... E você não vê. Quem vê, finge não ver. E de novo você e você e você... Na minha mente, em todo lugar, em cada roupa, em cada cheiro, cada lembrança.
Quantos "você" existem aqui, comigo? Um em cada estado, um em cada pedaço do meu coração. Lembra dos textos apagados? São páginas arrancadas da minha vida, por você. Você, sempre você.
E apesar de tudo, não consigo ver-te sofrer. Não consigo ouví-lo chorar. Me corta, magoa, mata. Um outro fim pra um amor normal, mais um choro sem sentido. Não há razão pra te escrever, perdi a razão ao encontrar você. E as minhas palavras se misturam num mar de falsas canções.
É como dizem, tão fácil vivermos por nós... Muito difícil vivermos pelo próximo. Parece tão correto e normal que eu possa encontrar outro alguém; tão errado e tão impossível que você também encontre. Ninguém disse que seria fácil.
Sinto muito, sinto errado, sinto sujo. Sinto-me mal, sinto-me triste, sinto-me infeliz. Queria, como sempre, começar de novo. Talvez eu saiba porque a vida não é como jogos de vídeo-game: seria fácil demais apertar o reset ou o start pela milésima vez.
Quem eu quero? O que eu quero? Há quem fuja e quem encare os problemas... Assim como Katherine Pierce, eu escolho a terceira opção. Suicide.
Mas também não posso, nunca posso, nada posso. Odeio sentir. Sentir falta, medo, insegurança, calor, frio, nostalgia, culpa. Poderia ter nascido um gato, mas nasci humana. Poderia ser egoísta, mas nasci com os genes de minha mãe. Trouxa.
E ainda me arrependerei de todas as palavras, de todas as vírgulas, ponto-e-vírgulas, pontos finais. Nunca dos pontos de exclamação, pois me fizeram gritar. Nunca dos pontos de interrogação, pois precederam os que acabaram de ser citados. Me arrependo da única coisa que eu fiz sem querer na minha vida: ter nascido.
Poderia ter me enrolado no cordão umbilical, poderia ter poupado ao mundo a minha incrível monstruosa presença. Poderia ter acabado no início. Maldita corrida de espermatozóides. Eu não sabia que não saberia lidar. Agora eu sei. E adoraria ter amnésia.