sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Esqueci


"Esqueci minha boca no teu corpo, pensei que isso te faria meu..."

Esqueci naquele banco triste e escuro do ônibus dois papeizinhos quase nada importantes pra todo o mundo, porém que são muito pra mim. Ou eram. Ou significam muito, na verdade.
Pela primeira vez, não chorei, contive o choro, sai sorrindo do dia maravilhoso que tive. Aliás, dos mínimos minutos que tive ao seu lado. Segui sorrindo, com os pensamentos e o coração aí contigo; e agora desabo. Em lágrimas, pra variar... Lágrimas essas que demonstram a minha contínua saudade de você, do seu sorriso, das suas palavras, do seu olhar, do seu amor.
A ausência arde e dói, como uma ferida aberta. Tu, ao meu lado, és como um band-aid eterno que é puxado abruptamente quando vais embora. Sinto tua falta e a falta do teu calor. Sinto falta das tuas palavras doces de "vai ficar tudo bem" e de apoio ao "não precisar ser perfeita", pois como já relatei, não sei lidar com isso.
Tua voz me acalma e me faz ter sonhos bons. Amo ouvi-la antes de dormir... Na verdade, amo ouvi-la em qualquer momento.
Me pergunto agora por que não escrevi, durante todo o ano, sobre ti, que foste a melhor coisa que me aconteceu. A princípio, penso que foi porquê és perfeito demais para ter o que escrever. Depois vejo que foi porquê vivemos demais, vivemos momentos felizes demais para serem relatados de imediato. Destes eu guardo apenas as belas lembranças que, neste momento, passam como um filme na minha cabeça.
Hoje, depois de momentos tão lindos, sinto a necessidade de declarar ao mundo o meu amor, minha paixão, meu carinho e minha amizade, por você. Sinto a necessidade de gritar com palavras que eu te amo com todos os restinhos de fôlego que ficam no meu pulmão quando te vejo e com aqueles que fico quando penso em ti.
Esqueci propositalmente aqueles papeizinhos que, na verdade, depois de muito refletir, não vão fazer falta em nada. Eu devo aprender a lidar com minha memória falha, pois é nela que tu vives quando não estás aqui. Nela e em meu coração.
Fazes tanta falta, sabia? Sei que sabe. Sei que estás pensando em mim. O que eu não sabia era que eu iria encontrar alguém assim. Mais uma vez, 2012, você valeu a pena, obrigada.

"Eu, Julieta, presa nesse pacto... Você, o meu Romeu."

@sahbellatrix

sábado, 1 de dezembro de 2012

Back to december all the time

De volta a dezembro... Esse post, depois de lido, provavelmente trará à tona o pensamento de "deveria ter sido escrito ao final de dezembro", entretanto eu discordo. Pra mim, final do ano não é no ano novo, é quando começa dezembro. Mês supostamente mágico, mas que de magia só tem as lembranças de anos passados que vêm a cabeça neste momento do ano.
E falando em anos passados, lembro-me bem de como estava nessa mesma hora, nesse mesmo dia, do ano passado. Ah, tempos antigos que não sinto a mínima saudade... Como tudo mudou! Meus objetivos traçados naquele instante foram todos alcançados e superados nesse novo ano. 2012 foi um ano e tanto, em todos os sentidos da minha vida.
Pensar que eu queria voltar a me reconhecer no espelho, pensar que eu queria voltar a ser eu, me achar em meio ao mar de pensamentos, tristezas e obscuridades que me envolvi; queria tanto emagrecer, me ver, me aceitar, me elevar... E eu consegui. E às vezes não acredito ter conseguido, não acredito mesmo. Meu humor, minha vontade de viver, meu sorriso verdadeiro, eram coisas as quais eu jurava nunca mais ter. Eram coisas que haviam se perdido no meio do caminho, e adivinhem só: eu as recuperei.
E recuperei com muito esforço, muita ajuda e muito amor verdadeiro. Cortes, depressão, morte e meios de chegar à ela não fazem mais parte nem dos meus pensamentos e nem do meu vocabulário. Claro, recaídas todos temos, não importa o que estamos tentando superar. Eu, no caso, superei muita coisa: superei decepções amorosas e me abri a novas pessoas, conheci muita gente e agradeço à vida e ao destino por essa oportunidade; vi também gente que sentia imensas saudades, que não via há anos e que agora vejo com mais frequência; superei decepções familiares e me propus a sonhar com a minha própria família; superei decepções com a minha personalidade, com meu mau humor constante, com meu peso, meu corpo, meu sorriso e tudo aquilo que eu julgava errado, tudo isso eu consertei, superei.
É incrível pensar que tempos atrás eu não aceitava de jeito nenhum o tamanho das minhas pernas, da minha bunda, dos meus seios, da minha barriga... É completamente inaceitável, na verdade, que eu não aceitasse como sou. E sou mesmo, sou de todo jeito, dessa cor mais ou menos, desse peso nem lá nem cá, desse meio termo diferente que, na verdade, todos éramos e agora todos fugimos. E porque sou como sou, encantei quem não queria ser encantado no momento em que eu estava tentando me reerguer de um solavanco que queria me levar ao pó novamente. Talvez essa tenha sido a maior mudança de todas.
Esquecer todo um passado, não sentir falta, não querer lembrar e não lembrar realmente deste, são coisas que dificilmente acontecem. Me jogar de cabeça, então, em um relacionamento totalmente movido por um imã dentro de nós (o qual é assunto para outro post), mais difícil ainda. Há muitos anos eu não acreditava em contos de fada, príncipes encantados e cavalos brancos. Como de costume, eu estava errada. Quanto às fadas eu não sei, já quanto aos príncipes, bom, eles existem. E eu tenho provas de que me tornei uma princesa.
Talvez isso tenha sido o que me fez melhor durante todo o ano: me trouxe felicidade, motivo para seguir em frente, incentivo pra me cuidar, pra estudar e até pra emagrecer. E eu nunca imaginaria que tudo isso fosse acontecer. Nunca imaginaria que eu poderia dizer que eu sei o que é felicidade pura. Eu não tenho do que reclamar. Não existe um "apesar" nesse contexto, não existe um "porém" ou "por outro lado". Simplesmente as coisas ruins são insignificantes hoje.
Obrigada 2012, por ter sido tão bom. Obrigada dezembro, por voltar sempre trazendo pensamentos tão bons, vibes tão positivas e lembranças tão reconfortantes. Obrigada vida, por eu ainda estar aqui. Obrigada amor, por simplesmente existir; mas como eu já disse, você é assunto pra outro post.

@sahbellatrix

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Liberdade

Às vezes me pergunto se as pessoas realmente evoluem ou se elas apenas o fingem para supostamente acompanhar a evolução tecnológica e ambiental. Ainda há pessoas com pensamentos tão obscuros e antigos que repreendem o pensamento novo da nova geração, obrigando-os a pensar igual àqueles infelizes que viveram anos antes. Será que as pessoas sempre terão que se autorreprimir? Será que nunca terão direito a serem felizes sem serem julgados? É como dizem, fruta podre estraga fruta boa, nunca ao contrário. Enquanto ainda houver um ser humano que pense de modo retrógrado, a humanidade não evoluirá psiquicamente.
E não é em um ou dois assuntos que isso ocorre, são em vários, em todos. Até quando seremos obrigados a isso? Até quando seremos obrigados a acreditar em algum deus, ou seguir determinada religião, uma pseudo ética... Até quando serão todos hipócritas?! Eu poderia falar sobre hipocrisia durante horas, dias, renderia milhares de postagens... Mas não é disso que quero falar agora. "Até quando as pessoas serão todas hipócritas?!" É o que me pergunto todos os dias.
Aparentemente, apenas eu me pergunto tudo isso. As pessoas simplesmente se acomodam com essa situação, porque realmente acham que estão erradas. Sinto uma vontade gigantesca de abrir os olhos de cada indivíduo, de levá-los até o momento da reflexão: será que temos a tal liberdade que sempre quisemos? Na verdade, ninguém nunca quis liberdade; quiseram ordem, quiseram progresso, modernidade. Conseguiram. Agora choram, e choram por causa da pobreza, da falta de emprego, da própria modernização... E o pior: a culpam pela situação do mundo. Pessoas são complexas demais.
Aliás, o que é liberdade? Será que é poder se expressar ou poder agir como é desejado ou as duas coisas? Dizem que temos essa liberdade, porém a vizinha ainda cuida da minha vida, ainda quer saber o que eu faço ou deixo de fazer. Até quando as pessoas se voltarão para a vida alheia ao invés de se voltarem para a própria vida e a própria felicidade? A verdade é que é agradável falar dos outros quando nós não fazemos o que queremos por causa de outros que, por sua vez, também se agrada de falar das nossas vidas e não faz o que querem fazer.
Tudo é uma questão de refletir, derrubar o muro da hipocrisia, nos permitir um mundo de opiniões, sem opressões, sem julgamentos sobre nossos atos. É hora disso, hora de sermos livres de rótulos. Hora de libertação.

@sahbellatrix

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O que você faria se não tivesse medo?

"Se eu não tivesse medo, eu...
Fugiria de casa, arrumaria a mala, iria pra praia, curtiria o dia, seria feliz, arrumaria um amor pra toda a vida (você), faria amor, iria contra a lei, roubaria um banco, daria o dinheiro aos pobres, faria uma tatuagem e teria um coração. Eu deixaria de estudar por uns dois anos depois do colegial, faria mochilão pelo mundo, iria a lugares sem turistas e belos de vista, seria eu mesma, nadaria nua, cantaria aquela sua canção preferida, me embebedaria, comeria pizza todos os dias e, principalmente, seria totalmente sua.
Se você não tivesse tirado os meus medos, eu...
Não faria nada do que escrevi ali em cima, não me entregaria pra você como me entreguei, não seria de corpo e alma sua, não contaria os segundos pra te ver, não procuraria em você a minha segurança e coragem, eu simplesmente não viveria. Eu não vivo sem você."

O pior defeito do ser humano é sentir todos os sentimentos do mundo. Sentir alegria, felicidade, amor, bondade... Essas coisas são boas de sentir. No entanto, sentir raiva, ódio, nojo, tristeza, solidão, não é tão bom assim. Na verdade, é péssimo. Apenas acarreta outros sentimentos indesejáveis, como a angustia. Mas e o medo? Não seria ele o pior sentimento de todos?
O medo nos impede de tentar, de lutar, de ser diferente, de nos destacarmos e nos arriscarmos. Esse maldito sentimento nos faz ser menos nós mesmos e, de certa forma, nos faz sofrer, pois muitas vezes deixamos de fazer algo por causa dele. Nos reprime. Os tipos de medo, em si, não importam tanto... Há o medo da incompreensão, o medo das consequências, o medo da dor, o medo da angustia. Milhares e milhares de tipos.
Você que tem medo de altura... Já parou pra se perguntar o porquê de nunca ter ido em uma montanha russa? Provavelmente a resposta seria: "é porque eu tenho medo de altura". Mas, excluindo essa resposta, qual o real motivo? Medo de cair também não vale... Isso é medo de se arriscar. As pessoas se esquecem quão boa é a sensação de fazer algo novo, de se arriscar, de "enfrentar" um medo e por isso não lutam contra eles. Elas se acomodam no estado de aceitação desse sentimento.
Quantas pessoas deixam de fazer o que sempre quiseram por medo do que as pessoas vão falar ou achar, ou por medo das consequências que viriam com a decisão. Mas se você quer, porquê não?
O que é errado e o que é certo? E porquê a sociedade têm que decidir essas coisas por mim e por você? Injusto. Se me faz feliz, deveria ser certo. Considerando que as pessoas são, na grande parte, reprimidas e "certinhas" de vista, eu prefiro ser livre e "erradinha" de vista. Definitivamente, sou free spirit.
As coisas que eu preciso pra viver é um amor e liberdade, depois disso eu construo o resto. Construo meu destino, minhas alegrias, me reconstruo depois das tristezas e vou seguindo, vivendo, me arriscando todos os dias em busca de surpresas, porque eu não quero viver um dia igual ao outro.
Se todos fossem assim, se ninguém tivesse medo, não sei se seria a melhor coisa, pois o mal está por aí nas pessoas e, mesmo que muitas coisas boas sobre essas sejam reprimidas por causa do medo, o mal também é, ao mesmo tempo. Por outro lado, se víssemos apenas o lado bom, as pessoas se respeitariam mais e seriam mais felizes. Talvez as depressões fossem extintas. Medo e depressão praticamente andam de mãos dadas... Porém, somos humanos, sentimos tudo, tudo bom e ruim, e talvez não possamos e não saibamos como mudar isso por um longo tempo. Talvez nunca saberemos.

@sahbellatrix

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Love is a verb (For my little B.)

Descobrindo a cada dia o que significa amar e ser amado é como vou levando os meus dias agora. Amor não é uma droga e também não chega perto de um conto-de-fadas. O amor é a imperfeição do sorriso, do chorar, do falar e do querer. São sentimentos demais resumidos numa única palavra pequena e com muita intensidade se for lida com a devida intonação.
As semanas passam voando para um futuro incerto, mas que sei que será surpreendente. Amadureço e me admiro com o quanto estava errada sobre amar; sinto que as coisas mudam, porém só as sinto mudar dentro de mim. Ele me transforma a cada dia no que melhor posso ser. Ensinou-me já a amar, a sorrir para quem merece e não espera, e também para quem não merece, mas precisa de um sorriso. Ensinou-me a compreender os erros e a questionar certezas, e acima de tudo, ensinou-me a ser eu mesma.
Sinto agora o que é saudade, a ausência do aconchego de tê-lo por perto, do seu toque sob minha pele áspera, dos seus olhos presos aos meus. Deixo-me levar por pensamentos insanos, vago na minha imaginação entre os sonhos e desejos, e a realidade quase irônica de não podermos estar grudados como gostaríamos de ficar.
E ainda há quem julgue, há quem discuta, há quem lute contra isso que temos. Isso que ninguém entende e que nunca entenderão porque é além da capacidade de um cérebro treinado para ser extremamente racional e um coração treinado para ser esquecido dentro do peito; frio, sem sentimentos, sem nada.
A comodidade que me traz, o convívio natural desde que fitamos um ao outro, os sorrisos verdadeiros, os sacrifícios em prol de quem amamos; tudo se resume em amar. Um amar intenso, puro e real que, sinceramente, eu pensava não existir. Não nessa sociedade dura de hoje, não entre os jovens que divertem-se usando uns aos outros e esquecendo no seguinte nascer do sol. Eu queria fugir, correr e viajar, ir para um lugar escondido aonde aqueles que me conhecem, nunca pudessem achar-me; no entanto, ele segurou-me pela cintura, encostou seus lábios aveludados contra os meus rachados e acalmou minh'alma, prendeu-me aqui de modo que nada mais importa se ele está por perto.
Sempre senti-me protetora, nunca protegida. Agora, porém, tudo mudou. Acredito que para melhor, já que anseio todos os dias pela manhã ouvir sua voz e ver seus olhos brilhando como duas esmeraldas perfeitamente lapidadas, vindas para mim como presentes de Deus.
Amor é quando você fecha os olhos para estar junto de quem se ama e, mesmo estando longe, sente o cheiro que o corpo dele passa para o seu, sente o olhar na sua cabeça mesmo quando você não o está olhando, sente a respiração e ouve a voz. Amar é estar presente até quando não se está realmente presente.
Amor é eu e ele, abraçados, deitados na cama, trocando ao invés de beijos, olhares, que demonstram muito mais o que está em nossos corações. Amor é nossas pernas entrelaçadas, nossas respirações entrecortadas e nossos corpos colados. Amar é viver cada momento que já vivi junto dele e muito mais.
Na verdade não existe definição para o verbo amar... Nós mesmos a construímos com palavras e vírgulas para podermos explicar ao mundo o que sentimos dentro do peito ao virar a esquina e encontrar o amor de nossas vidas.

@sahbellatrix

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Primeiras vezes

O que te vem a cabeça quando se junta as palavras "primeira" e "vez" numa mesma frase? Ou melhor, quando as coloca uma ao lado da outra? A primeira coisa que vem a minha cabeça é a primeira vez que fui ao zoológico e me perdi e não chorei. Apenas encontrei uma calma que eu não sabia existir e esperei, até sentirem minha falta e voltarem para me procurar pelo caminho.
Penso também em quantas coisas foram primeiras vezes na minha vida... Com o passar dos anos, acumulamos tanta coisa, no entanto não percebemos por considerá-las sem valor. Mas é nossa história. O que seria de nós sem nossa história e sem nossas primeiras vezes?
Primeiro tombo, primeiro sorvete, primeiro passeio no shopping, primeira ida à praia, primeiro amor, primeiro coração partido... Para tudo se tem uma primeira vez, certo? Eu descobri que para amar não, para amar de verdade não se tem primeira vez. Amor nunca é igual. Ou melhor, amor, só é amor uma vez. Quando for real, quando for acima de tudo, quando for correspondido, quando a gente se sente especial: isso é amor.
E é lindo, o amor e todas as suas primeiras vezes. Primeiros encontros, primeiros beijos, primeiros caminhos de mãos dadas, primeiras brigas, primeiras reconciliações. Primeiras vezes. O melhor mesmo é quando todas as vezes se tornam primeiras vezes simplesmente porque você nunca se cansará da outra pessoa, porque quando você a olha será sempre como o primeiro olhar e porque quando você a beijar será sempre como o primeiro beijo: tudo real e verdadeiro.
Primeiras vezes, às vezes, se tornam polêmicas. Porém, depois de tudo que já aconteceu nesse mundo, porque ainda existem coisas que chocam as outras pessoas? Porque as próprias pessoas são reprimidas de continuar suas vidas tendo primeiras vezes?
Eu sou totalmente a favor das primeiras vezes eternas.

@sahbellatrix

Perdida

Me perco no universo verde do seu olhar, no seu sorriso inconscientemente hipnotizante que tira os meus pés do chão; me perco em seus braços, em seus abraços, em seu calor e no seu cheiro. Me perco facilmente na alegre imagem de você comigo, das suas mãos nas minhas e dos seus lábios juntos dos meus. Transito pelas lembranças que vou acumulando no tempo em que estamos juntos, imagino os momentos que ainda virão, cada pequeno detalhe romântico e sórdido que eu sei que existirá.
Me pego pensando em você da hora que, ainda sonolenta, abro os olhos até a hora que, sonolenta novamente, deito a cabeça sob o travesseiro e durmo. Durmo, logo sonho, e sonho contigo e com seus beijos e suas nuances, seus ritmos e jeitos... Cada pequeno detalhe de você que agora fica preso dentro de mim, para sempre e sempre. Porque as estrelas não brilham tanto quanto você e o sol não ofusca nosso amor, e as nuvens nos carregam para o paraíso que se consiste em estar um ao lado do outro, apenas observando cada imperfeição perfeita da pele alheia e cada expressão estranha que possa surgir.
E como sempre, continuamos e continuaremos caminhando, juntos, por um caminho não muito confortável, mas que nos fará feliz, porque não importa o lugar, nem o tempo, nem o clima, desde que eu esteja com você.


@sahbellatrix

sábado, 2 de junho de 2012

Ours


Botões de elevador e ar da manhã... O estranho silêncio me faz querer ir de escada. Se você estivesse aqui, nós iríamos rir sobre seus olhares vagos, mas agora, meu tempo é deles.
Parece que há sempre alguém que desaprova. Eles vão julgar como se soubessem sobre mim e você. E o veredicto vem de leis que não têm nada a ver... O júri saiu, minha escolha é você.
Então não preocupe sua mente bonitinha, as pessoas jogam pedras em coisas que brilham e a vida faz o amor parecer duro. As apostas são altas, a água é áspera, mas esse amor é nosso.
Nunca se sabe o que as pessoas têm sob suas mangas. Os fantasmas de seu passado vão pular em cima de mim, à espreita, nas sombras com seus sorrisos brilhantes, mas eu não me importo porque agora você é meu.
E você vai dizer: "Então não se preocupe, sua espertinha bonita, as pessoas jogam pedras em coisas que brilham e a vida faz o amor parecer duro. As apostas são altas, a água é áspera, mas esse amor é nosso".
E eles não têm de especular se isso é errado e suas mãos são fortes, mas eles estão cientes do lugar que eu pertenço. Eu vou combater suas dúvidas e dar-lhe a fé com esta canção...
Porque eu amo o espaço entre os seus dentes e eu amo os enigmas que você fala. Comentários sarcásticos do meu pai sobre suas tattoos serão ignorados porque meu coração é seu.
Então não preocupe, sua espertinha bonita, as pessoas jogam pedras em coisas que brilham e a vida faz o amor parecer duro...
Então não preocupe, sua espertinha bonita, as pessoas jogam pedras em coisas que brilham, mas eles não podem tomar o que é nosso. Eles não podem tomar o que é nosso. As apostas são altas, a água é áspera, mas esse amor é nosso.


Ours - Taylor Swift


@sahbellatrix

Dream of a better future

Ultimamente eu apenas tenho pensado sobre o meu futuro. Ainda não tenho ideia de que profissão terei, não sei se quem está na minha vida agora, continuará nela daqui alguns anos... Mas eu sei que correrei atrás de tudo o que eu sempre quis. Eu preciso disso.
Quando paro para pensar, percebo que o mundo é meu: ele está aí para que eu possa descobri-lo. Como viver em um planeta sem o conhecer completamente? Cada terra, cada nação e cultura diferente, cada ser humano; eu preciso conhecê-los. Quero viver intensamente minha juventude, quero ser independente e não quero que acabe rápido. Quero poder sentir felicidade por mais do que apenas algumas horas, quero senti-la efetivamente.
Saber como é ir para a faculdade, conhecer novas pessoas, novos lugares, trabalhar, ganhar o próprio salário, ter dívidas e depois conseguir pagá-las... Estranho, mas eu quero ter todas essas experiências. Quero ter uma casinha pequena só pra mim e um amor que more comigo ou visite com bastante frequência. Quero dormir em cima de um livro enquanto estudava, quero sair pra dançar e acordar em casa ainda de maquiagem da noite anterior. Quero andar pela casa de pijama ouvindo rock bem alto e cantando junto. Quero fazer uma tatuagem sozinha e outra com alguém. Quero comprar um carro antigo e grande.
Quero ser eu mesma dentro do meu mundo. E acima de tudo, quero melhorar o mundo que não é meu, mas de todos.
Um dia fiz uma lista de objetivos e sonhos, mas parei quando percebi que a lista é grande demais para se colocar num papel. Quem me vê não percebe que eu tenho tantos sonhos assim, tantas perspectivas... Mas eu tenho, todos guardados no meu cérebro, sendo riscados um por um enquanto vou realizando-os com minha própria capacidade. Às vezes sinto até orgulho. Às vezes sinto vontade que o futuro chegue logo.
Angustiante é a espera pelo poder correr com as próprias pernas, ser livre, independente. Alguns dias a minha ansiedade escapa pelo olhos que eu choro por não poder ir logo para o futuro. Prefiro um futuro quase sozinha do que com o mal que tenho agora.
Eu só quero um futuro melhor. Na verdade, quero fugir daquilo que me faz mal no presente, por isso espero ansiosa pelo futuro. É por isso que eu prefiro dormir e ficar sonhando.


@sahbellatrix

Broken again

Odeio levar tapa na cara, principalmente quando ele vem da vida. Tudo na natureza têm um equilíbrio não é? Não seria diferente a minha vida... Aliás, ela já foi sim muito desequilibrada! Passei um ano em meio a rios de minhas próprias lágrimas, aquelas que vinham da dor que eu tinha no coração. O ano se foi e eu, inocente, acreditei que os problemas e as dores também tinham, se não passado, no mínimo diminuído. Errado, de novo. Agora, a vida me fez subir em um andar tão alto para me jogar de lá de cima. E eu estou caindo numa velocidade tão grande que sinto o oxigênio esvaindo-se de meus pulmões. Sinto novamente aquela antiga dor, antiga vontade de morrer.
Porque precisava disso? Eu estava tão feliz! Estava tudo tão bom! Eu realmente estava acreditando que a vida não era assim tão ruim, estava agradecendo por não ter terminado com ela. Agora eu já não sei... Nada posso fazer, me sinto tão inútil, tão lixo!
Posso vê-la chorando, sofrendo, e dói em mim. Queria poder mudar tudo isso, mas eu não posso fazer nada! Sinto um ódio gigantesco dentro de mim, e mesmo sabendo que isso não é bom, não consigo tirá-lo! Os fantasmas da minha vida o alimentam incessantemente.
O pior é não poder deixar transparecer, ter que esconder dentro de mim cada lágrima, cada desabafo; o pior é ser fraca o suficiente para não conseguir suportar sozinha, fraca para arrastar pra escuridão aquelas pessoas que brilham ao meu redor. Eu, na verdade, nunca deveria ter saído da solidão. Era mais seguro pra mim e para as pessoas que convivem comigo.


@sahbellatrix

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pedacinho da futura felicidade

De vez em quando me sinto em transição, transformação. Sempre gostei de mudanças, essas coisas chatas, demoradas e necessárias para a vida em sociedade e também para a vida solitária. Quanto mais eu me conheço, mais eu mudo e mais eu fico bem; compreendo cada pensamento que já tive e torno a tê-los com mais maturidade (talvez essa seja a palavra chave da questão). E aí, rio comigo mesma, choro comigo mesma, e fico bem. Estou gostando da nova-antiga eu, como gostava antes, como gostava quando a escondi por um tempo.
Para minha pequena visão de mundo, o céu foi azul, ficou cinza, preto e agora está chovendo. Mas quem não gosta de tomar banho de chuva? É bom, refresca e lava a alma. Limpa e purifica, traz paz. Cada gota um alívio, um sorriso, um suspiro bom. E há, como estou feliz hoje! E como não me sentia assim há tanto tempo!
Sensações boas pra quem está morrendo de sono. Sensações essas provindas de um dia bom, com conversas boas, sorrisos bobos, pensamentos alegres e aquela good vibe que eu tanto esperava alcançar.
Dormir é um prazer quando se não têm mais pesadelos, já que os pesadelos acontecem enquanto estou com os olhos extremamente abertos e estagnados sem realmente ver alguma coisa. Tudo que ouço, que é lixo, entra e sai sem deixar rastros e ainda bem que eu aprendi alguns truques.
Como não acreditar em Deus quando se está perdida e é salva de si mesma? Como não acreditar quando se põe de joelhos, tagarela-se baixinho e as coisas começam a dar certo?
Hoje não sinto rancor, não sinto ódio, nem raiva, nem inveja ou qualquer outro sentimento ruim. Sinto apenas um pedacinho da minha futura felicidade. Eu amo essa sensação.


@sahbellatrix

sábado, 31 de março de 2012

Date a boy who reads


“Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos. Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras. Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê. Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar. Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil. Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances. Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência. Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo. E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre. Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.
Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio. Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho. Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê. Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.”


Date a girl who reads


“Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos. Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas. Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café. Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice. É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa. É que ela tem que arriscar, de alguma forma. Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois. Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo. Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, são mesmo. Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype. Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas. Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê. Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.”


Rosemary Urquico (Fonte: Arquivos Olimpianos)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Recado

Hey, leitores do Adolescente a Bordo. Estive olhando alguns comentários em posts passados e me senti na obrigação de pedir desculpas a todos vocês pela falta de atualização do blog durante as férias de janeiro e o mês de fevereiro. Prometo que pelo menos duas ou três vezes por semana eu postarei aqui.
Espero que entendam que o blog eu fiz pra mim, pra que eu pudesse me aliviar de toda a dor e angústia que eu guardava no peito, antes que eu enlouquecesse. Meu objetivo nunca foi agradar ninguém que lesse meus posts e muito menos que meu blog enchesse de seguidores, e é por isso que ele é assim todo simples. Porém, com o tempo, vocês leitores se tornaram especiais pra mim. Todas as críticas e elogios eu levo no coração pra buscar melhorar meus textos, para que vocês pudessem se identificar também.
Ultimamente eu tenho estado mais no meu tumblr do que em qualquer outra rede social. Lá é como se fosse meu segundo refúgio, depois do blog, claro. E lá é melhor pra quem já quis perguntar alguma coisa pra mim ou sei lá. Se quiserem, deem uma visitadinha lá, perguntem, sigam... Mas todos os textos que lá são publicados, são primeiramente criados E publicados aqui. Espero que todos tenham entendido minha ausência e também que estou de volta, pra felicidade de uns e infelicidade de outros. xoxo @sahbellatrix

Não, eu não sei lidar

Definitivamente, eu não sei lidar com toda essa dor, toda a decepção comigo mesma, não sei lidar com os problemas, com as obrigações, simplesmente não sei lidar. Não sei lidar com a vida. Não sei viver.
Também não sei como me tornei isso: fria, solitária, depressiva, grossa. Eu era tão cheia de... vida! Me vejo em lembranças remotas, todas felizes nas quais eu sorria por sorrir, chorava por conta de um tombo ou um escorregão e voltava a sorrir. Em todas eu sou realmente feliz, em todas eu via magia, eu tinha cor na face, cor nos dentes, cor nos olhos... Hoje sou toda cinza, sem graça.
De onde vieram tantos números na balança? De onde veio tanta amargura? De onde veio tanta repulsa por viver? Dói ser assim, pois eu não desejei isso jamais. Nunca quis mudar. E dói mais ainda ser julgada, ou ignorada, ou mal compreendida. Dói tanto, mas tanto! Eles não sabem o que cada "não sei o que te dizer" significa pra mim. Mas quem vai se importar, não é? Ninguém nunca teve e nunca vai ter a obrigação de olhar para o meu rosto e simplesmente adivinhar que eu estou sozinha e que preciso de ajuda. 
Eles não sabem também que eu não sou má porque quero, é inconsciente. Talvez seja uma autodefesa. Eles não fazem a mínima ideia do que uma frase causa sobre mim. Como se eu realmente não me importasse com os sentimentos alheios! Às vezes acho que não me importo nem com o meu, mas com o dos outros sim, me importo muito, até demais; choro e sorrio pelos outros, odeio magoar tanto quanto odeio ser magoada. Mas será que alguém já parou para pensar que ninguém se importa realmente com os MEUS sentimentos? É, ninguém nunca parou. E talvez nunca parem. E fazem bem, eles não tem a mínima ideia do quanto minha mente é doentia e amarga. Roubaram meu açúcar, roubaram meus sorrisos, roubaram minha alma e esqueceram de levar o corpo.

@sahbellatrix

sábado, 24 de março de 2012

Reflexão

Enquanto adolescentes normais sofrem com ter ou não um amor, ter ou não um coração partido, eu sofro com não ter uma boa família. Sofro com a guerra que existe de baixo do teto em que vivo. Sofro ainda com o medo, com a angústia, com o terror de perder a pessoa mais importante da minha vida. Eu, ao contrário de todo o resto do planeta, ou da grande maioria, sofro com a raiva e o ódio. Sofro com a inveja. Sofro com o espelho e com todo o resto.
Só sofro. E nenhuma brisa, nenhum vento, nenhuma chuva faz as coisas melhorarem. Parece um eterno pesadelo, sombrio e assustador. Reflito todos os dias se é exagero meu, pois não confio na minha mente. Mas não é exagero não, é bem real. As pessoas olham torto, julgam como se soubessem da minha vida mais do que eu mesma. Não desejo à elas nem um terço do que passo, do que sofro e do que choro. Só queria a mesma paz.
Paro, penso e reflito sobre o valor das coisas. O valor de um amigo verdadeiro, de alguém em que se pode confiar, de um pai, de uma mãe e penso ainda no valor do próprio dinheiro e no atual consumismo. Penso nas pessoas que circulam a minha volta e em como elas têm sorte e não sabem disso, em como elas podiam ser mais simples e se preocupar menos com coisas tão fúteis, em como elas mesmas poderiam dar mais valor àqueles que dariam a vida por elas. Penso nas pessoas que têm a sorte de ter alguém que se importa, alguém que dá tudo para elas e por elas, e elas não dão valor.
Penso em como eu daria valor. Penso em como estou pecando, em como já pequei e no que é pecar. Canso de pensar e vou dormir, porque nos sonhos eu costumo não ter medo e nem problemas. Na verdade, na maioria das vezes, eu nem sonho. E é melhor assim. ♥


@sahbellatrix

domingo, 1 de janeiro de 2012

1 de Janeiro

A vida nem sempre é calma, tranquila. Ela pode ser extremamente agitada ou entediante. Muitas vezes não é o que as pessoas esperam, mas o que esperar do que não é conhecido? A vida é um longo caminho, mas eu prefiro classificá-la como um grande livro que ninguém sabe quantas serão as páginas, os capítulos ou o tema. Podem ser vários, assim como o livro inteiro pode tratar-se de um único objetivo. Ou sonhos. Todos sonham com algo na vida, mas podem ser divididos em corajosos ou covardes. Os primeiros, correm atrás daquilo que acreditam. Os últimos, não têm capacidade. E isso é a única coisa que a vida nos deixa escolher: se seremos corajosos a ponto de ir atrás dos nossos sonhos ou se seremos covardes e nos colocaremos a disposição da sociedade cruel.


No ano que passou eu aprendi muita coisa, sendo uma delas não acreditar em ninguém, apenas em si mesmo. Aprendi também que muitas pessoas querem o nosso mal e nem sabemos porque e elas fazem de tudo pra conseguir. Outra lição foi a que não importa se você é gordo ou magro, alto ou baixo, branco ou preto, amarelo ou azul, não importa sua religião, sua etnia, sua classe social; você é bonito do jeito que você é e você sempre vai ser importante pra alguém.
Aprendi a dar valor para coisas que antes eu não dava a mínima atenção. Aprendi a dar valor para pessoas que dariam a vida por mim. Eu aprendi a não dar valor para coisas que no fim, não servem para nada. Aprendi que nada tem valor se você não for verdadeiramente feliz. Eu aprendi com a dor, a tristeza e a depressão como é se sentir feio, sozinho e com vontade de morrer. Aprendi que essas coisas fazem você querer sumir e chegar ao fundo do poço, faz você não enxergar mais a luz ou as pessoas que te querem bem. Aprendi com tudo isso que é importante eu ver, em primeiro lugar sempre, o que é melhor para mim.
Esse ano eu não vou fazer uma lista de objetivos ou promessas ou coisas do tipo, eu vou deixar as coisas acontecerem. Minha única meta é seguir meus sonhos.
Não desejo amor, não desejo saúde nem paz, apenas felicidade. O resto vem com o destino, com o tempo, o resto a vida traz.
Me sinto leve no primeiro dia do ano, me sinto bem. Otimista e feliz. Preocupada com algumas coisas, com medo de outras, mas isso faz parte. Eu estou bem e vou ficar ainda melhor.


@sahbellatrix