sábado, 28 de maio de 2016

Sinceridades tinderianas nunca ditas

"Oi. Eu pareço ter 16 anos, mas tenho 20 e não escolho rapazes mais novos que eu (não que isso tenha me evitado algumas mágoas). Meço 1,64 metro de altura e também não escolho rapazes menores do que eu, me incomoda ser mais alta, gosto de me sentir pequena, provavelmente isso se deve à minha insegurança com relação ao meu corpo.
Acredito rasamente em signos, mas se você for de capricórnio eu aconselho a não me dar like. Se for touro também não. Se for de peixes ou de libras, pode dar super like... Porém, se mesmo sendo desses signos, você não é estilo príncipe encantado que se apaixona fácil, é carinhoso e gentil, aconselho a ir embora antes de me decepcionar.
Busco relações mais profundas do que simples ficadas e não quero ser mais uma história dentro do seu carro. Quero mãos dadas, sorrisos bobos e conversa fiada. Gargalhadas podem ser acrescentadas também.
Sou o tipo de garota que está entre a adolescência e ser adulta (e que gosta de estar nesse meio termo), mas só deixa transparecer a parte adolescente pra quem merece. Apenas um mereceu até agora... Essa parte de mim ama desenhos animados (e a Disney), acredita em contos-de-fada (e que eu sou uma princesa), gosta de comer algodão doce, usa tudo que tem glitter e rosa, além de acreditar que qualquer dor pode ser curada comendo chocolate. Pro resto do mundo, eu sou adulta e brava, de poucas palavras, tímida, quieta, na minha e até um pouco grossa. Cada um tem a parte de mim que merece...
A parte adulta tem suas qualidades também, mas às vezes eu acho que essas qualidades são tão boas que assustam os rapazes. Começo a acreditar que determinadas coisas só são boas de fato quando ficam apenas na imaginação, pois quando se materializam as pessoas tendem a fugir.
Infelizmente sou muito seletiva. Pra te dar like eu vou analisar suas fotos, sua idade, sua descrição e sua educação. Sei que quem muito escolhe, nada tem, e deve ser exatamente por isso que eu estou sozinha."

sábado, 14 de maio de 2016

Foi uma história de amor

É, eu o amei.
Nos conhecemos em março, primeiros dias do primeiro ano de cursinho dele. Ele usava uma camiseta verde muitíssimo larga, eu ainda não tinha ideia do que ele queria esconder. Estava encostado na parede rindo do meu incrível assunto sobre como meu irmão é chato. Foi o sorriso mais lindo que eu já tinha visto. Eu estava sem maquiagem e tinha certeza que estava com a pior cara possível. Entrei no carro e disse: "mãe, sabia que ele vai prestar medicina?". Fui embora sem desviar o olhar.
Dia 17/04/2012, era meu aniversário e uma terça-feira. Nesse dia foi a primeira vez que ele me abraçou. Eu estava contente por estar fazendo 16 anos, parecia tanta idade... Passei maquiagem, e ele notou. Eu tinha passado muito blush, ele disse que eu parecia bronzeada. Eu fiquei ainda mais vermelha.
Dia 21/04/2012, era sábado, e foi a primeira vez que a gente saiu. Fomos jogar boliche com mais alguns amigos para comemorar o meu aniversário. Eu lembro que ele bebeu uma bebida alcoólica de morango porquê queria pedir pra ficar comigo e não tinha coragem. Eu fui embora cedo. Conversamos depois por msn, ele dormiu no amigo dele. Ele queria que eu tivesse ficado mais. Eu poderia ter ficado mais. Lembro de ter pensado que ele se vestia como um boyzinho, mas que ficava bonito assim. Meu pai bateu o carro aquele dia...
Ficamos no dia 16/05/2012, numa quarta-feira (amo quartas-feiras) à tarde, depois do plantão de química. Daquele dia eu lembro de cada detalhe, assim como o resto da semana. Estávamos no pátio de cima, eu estava deitada em seu colo e estávamos conversando e rindo. Ele pedia pra eu olha-lo e eu, sabendo que ele me beijaria, dizia que não. Ele disse que não me beijaria. Eu pensei: "porque não?!". Eu olhei pra ele...
Foi a única pessoa que eu beijei enquanto usava aparelho. Beijamos no pátio de baixo de novo, antes de irmos embora. Minha mãe foi me buscar e eu tive medo que ela percebesse, pois meus lábios estavam vermelhos. Seu amigo brincou: "o que você fez com ela?". O que você fez comigo?! Fomos embora às 17h. Falamos sobre o ocorrido mais tarde por sms.
No dia seguinte, ele me chamou pra sentar do lado dele no plantão e eu não quis. Eu queria, mas tinha vergonha. Perguntei se ele me acompanharia quando eu fosse embora, e ele foi. Nos beijamos. Ele era mais alto, logo sempre se escorava na parede pra ficar da minha altura. Eu gostava, me encaixava entre suas pernas. Cheguei atrasada na aula de violão.
Na sexta-feira, vi ele conversando com outras meninas. Fui dizer oi. Beijei seus lábios bruscamente e rapidamente. Foi uma pequena faísca de algo que estragaria tudo. Ele achou fofo. Agora não acha mais.
Menos de um mês depois, perguntaram o que a gente era e nós não soubemos dizer. Estávamos numa festa após irmos ao teatro. Eu usava um vestido preto muito curto. Senti coisas novas.
No dia 12/06/2012, dia dos namorados, ele me levou pra almoçar num restaurante e me pediu em namoro. Me deu um ursinho com o perfume dele e uma carta. Nela dizia o que eu nunca imaginei sentir de verdade: "eu te amo". Trocamos o relacionamento no Facebook. 
Dia 16/06, tiramos nossas primeiras fotos juntos. Dançamos juntos na festa junina. Ele era desengonçado, mas foi pra ficar comigo. Perdeu horas de estudo pra ensaiar. Foi a primeira vez que ele dormiu na minha casa.
Uma vez, em julho de 2015, eu me maquiei pra gravar vídeo e na esperança dele vir me ver. Eu pedi muito pra ele vir e chorei, e ele falando que não podia, não tinha como. Eu já tinha desistido porquê era mais ou menos nove horas da noite, e eu tava prestes a tirar a maquiagem quando ele me liga dizendo: "eu tô cansado, não dá mais pra mim...". Ele desligou sem me deixar responder. Eu fiquei muito triste, chorei muito achando que tinha errado em brigar porquê ele não podia vir aqui, que eu deveria ter entendido... Até que ele gritou meu nome no portão e eu fui correndo, e quando eu abri ele disse "Não dá mais pra eu viver sem você". Dois meses foram suficientes pra ele aprender a viver sem mim. Dois meses depois de mais de 3 anos.
Eu lembro de cada detalhe do nosso relacionamento: cada briga, cada conquista, cada cena que parecia de filme. Eu vivi por exatos 3 anos e 4 meses o que imaginei ser o meu próprio conto-de-fadas. Eu fui feliz. Não foi um conto-de-fadas, e não teve um final feliz.