quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Playlist of the year


"She's in the class A team, stuck in her daydream, been this way since eighteen, but lately her face seems slowly sinking, wasting, crumbling like pastries and they scream: 'the worst things in life come free to us"


"Hoping one day you'll make a dream last, cuz dreams come slow and they go so fast..."


"Everything that drowns me makes me wanna fly"


"Looking at it now, last december we were built to fall apart, then fall back together"


"Vida louca vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve."

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Num minuto de saudade

"Chove.Chove torrencialmente aqui em minha cidade... Mas esta chuva nem se compara aos mares de lágrimas que já chorei por sua ausência. Que fique claro que digo "sua ausência" no sentido físico, porque estais sempre comigo na minha mente, e isso me machuca. A sua presença permanente em minha mente, em meu corpo, em minha alma e a sua presença temporária em meu cotidiano, atrapalha a minha plena felicidade, pois só você é a minha plena felicidade.Os dias de chuva são como os dias que passo sem você: as ruas da cidade são vazias, da mesma forma que fica meu coração sem você, o céu fica fechado, da mesma forma que meu rosto fica sem você, e as águas despencam dos céus, da mesma forma que meus olhos buscam a sua presença e sentem falta dos seus olhos. Meus dias sem você são assim: tristes, opacos, vazios.O bom é que depois da chuva sempre vem o sol. E este sol, pra mim, é você. O sol que ilumina o meu dia e que traz felicidade para o mundo, o Sol que guia o ritmo do mundo, que faz com que as plantas sigam seu movimento pelos tropismos. Sim, estas plantas sou eu e você é o meu sol. Eu sigo você e dependo de você. É você que me dá a vida, é você que me dá energia para seguir dia após dia. E, sem você, eu não consigo crescer, me desenvolver. Eu definho e morro na sua ausência.Enfim, esta é você para mim: a minha vida, a minha razão de ser, o meu motivo para seguir em frente e não desistir nunca e, se um dia eu pensei em desistir e retornei a lutar, esse motivo de eu ter voltado foi você. E por eu querer tanto ter um futuro maravilhoso e perfeito com você, sem erros absurdos (porque não somos perfeitos e sempre erramos em algum ponto), sem os erros que vemos os outros cometerem e faremos, nós dois, a nossa felicidade plena e linda da mesma forma que arquitetamos hoje. Eu te amo mais que tudo.  Você é a minha vida, meu amor."

Dele pra mim há algum tempo.

Inversão de valores e uma lição pra toda a vida

Oi, como vão vocês, queridos leitores? Hoje vim compartilhar com quem, como eu, gosta de tudo que é questionável, seja nas ciências, nas artes ou no universo, um vídeo interessante de um programa chamado "Provocações" da TV Cultura. Gostaria de declarar também minha admiração por essa emissora e meu pesar pela baixa audiência. Desde pequena acompanhei a TV Cultura, primeiramente assistindo ao "Castelo Rá-Tim-Bum", o qual imagino ter sido parte da infância de muitos que leem o meu blog, e depois assistindo ao "Pé na rua" e hoje descobrindo outros programas que me interessam. Logo, pode-se observar que a emissora fez e ainda faz parte da minha história e da minha formação como pessoa e cidadã brasileira. Afinal, não é atoa que foi eleita esse ano como o segundo canal de maior qualidade do mundo.
A simpática senhora que aparece no vídeo é a viúva de Marighela, uma das principais figuras da resistência à ditadura militar. Espero que vocês gostem assim como eu e que se sintam curiosos para pesquisar mais sobre o assunto.



Enfim, por hoje é isso. Vamos todos refletir sobre a situação do país e sobre o que podemos fazer, da nossa maneira, para mudá-lo para melhor. Só uma coisa: será que ela aceitaria ser minha vózinha? hahaha, demais!


domingo, 23 de novembro de 2014

Um quote bonitinho

"Ninguém nunca vai amar como ama o primeiro amor; intenso, forte, implacável, insubstituível, arrebatador.
E ninguém nunca vai querer como quer o primeiro amor; à toda hora, com tamanha vontade, com tanta certeza.
E absolutamente ninguém vai sofrer como sofre o primeiro amor; no seu início, muitas vezes não correspondido; no seu meio, com mentiras e trocas e incertezas; no seu fim, com a dor do que nunca se desejou chegar ao fim."

Sentimento da década: decepção

Já fiz um post sobre decepção anteriormente, mas como o destino é cruel e o sentimento veio à tona novamente, cá estou.
Bem-vindo, bem-vinda ao mundo mirabolante em que resido. Há praticamente sete anos eu morava em São Paulo e estava na quinta série. Naquela época meus afazeres consistiam em brincar de Barbie, fazer minhas lições-de-casa e escrever pra concursos de redação, dos quais um eu ganhei. Naquela época ainda, eu me preocupava em parecer adulta visto que eu tinha corpo pra isso, mas não mentalidade. Eu gostava de passar as maquiagens da minha mãe, escondida, na sala de depilação do salão em que ela trabalhava, mas saía de lá na surdina para que ninguém me flagrasse com tanta cor no rosto. Eu pintava as unhas e as roía pra tirar o esmalte ou pra inibir minha vergonha. Ou para as duas coisas. Eu, apesar de ter sobre mim um incrível sentimento de vergonha e repressão, era feliz aos 11 anos. 
Eu usava saltos infantis e me achava adulta e linda. Eu usava calça flare com bata e pulseiras enormes de acrílico, e me sentia bem. Eu desenhava roupas em todos os papéis que encontrava pela frente e eu jurava que faria moda na USP. Naquela época eu não sabia que USP era uma sigla, nem que era uma universidade e nem a diferença entre universidade e faculdade. Eu só sei que queria fazer lá porque lá era difícil e eu era foda e passaria. Aliás, eu nunca tinha ouvido a palavra 'foda'.
Evidentemente as coisas mudaram. Compras de fim de ano ficaram para trás, roupas coloridas ficaram para trás, minha auto-estima decidiu também não seguir viagem. Eu mudei. Mudei de cidade, mudei de personalidade, mudei de vida, mudei de hábitos. E as pessoas ainda acham que eu ficarei surpresa quando me dizem: "eu acho que você mudou...". Sim eu mudei e não, não escolhi mudar.
Aos 12 eu já estava no interior. Aos poucos a ilusão de que seria apenas uma férias prolongada passou  e eu percebi que algo ruim tinha acontecido. A partir de então eu fui incumbida de inúmeras responsabilidades que não eram pra mim, nem pra minha mentalidade. Eu passei da pré-adolescência para a adolescência com pesar.
A experiência na primeira escola foi catastrófica e poucas são as coisas boas que levei de lá. Já na segunda, tive ainda mais experiências e continuo tendo, em sua maioria ruins. Poucos ou nenhum foram os amigos que levei de ambas. Hoje me considero alguém sem amizades, sempre foi assim e duvido que haja previsão de mudança desse estado.
Aos 13 eu achava que faria amizade se fosse igual às outras meninas, logo cortei o cabelo e passei a usar maquiagem pra ir à escola, e o reflexo desse esforço, em vão diga-se de passagem, é a minha pele marcada pelas inúmeras espinhas que tive. Eu estava sozinha.
Aos 14 eu dei o meu primeiro beijo, e me arrependi; eu criei o blog para ter alguém com quem conversar, o único alguém que nunca iria me abandonar, o único alguém que seria sempre meu, apenas meu. Ainda aos 14, as brigas eram incessantes em casa e eu continuava sozinha, assim adentrei no mundo fake, que talvez a maioria não conheça. Disso não sei dizer se me arrependo, só sei dizer que era o que me fazia esquecer das tristezas que, naquela idade, se faziam insuportáveis dentro de mim.
Aos 15, tive depressão e ninguém viu (ou quis ver). Eu mentia para o meu cérebro, ou para o meu coração, (ou pra ambos), que era apaixonada por alguém simplesmente pra não me sentir tão sozinha. E assim eu trocava de namorados invisíveis e intocáveis que nem mal, e nem tanto bem, me fizeram. Como antes, me faziam esquecer durante um tempo. Eu gostava disso, de me embriagar com qualquer coisa que me fizesse esquecer, eu me prendia aos fatos e vivia em outro mundo. Quando não estava lá, eu dormia. Aos 15 ainda, eu faltava em muitas aulas, ou as matava dentro do banheiro da escola, com medo dos estupros e da violência que havia, obscura, na minha casa.
Chegados os 16, tentando superar a depressão que me afundava em um poço sem saída e sem luz, conheci alguém que está na minha vida até o momento e não tem previsão de saída, e assim espero que continue já que boa parte da minha sustentação é por causa dele. Nessa mesma época, eu tive verdadeiras primeiras experiências amorosas, eu soube o que era ter alguém, mas como sempre, o destino não esquece de ninguém. Assim, além de toda pressão e toda violência existente dentro de casa, descobriu-se que minha mãe estava com câncer. O mundo decidiu desabar de vez sobre minha cabeça desde então. Tudo virou um caos.
Eu deveria me preocupar com os estudos, com a limpeza da casa, com a janta, com o almoço, com o horário de acordar, com o namoro que estava começando, com me manter magra depois de perdidos quase 10 quilos, com não ultrapassar com os limites que me eram impostos em relação a deus e a sexo, com tudo menos com ser uma adolescente normal. A normalidade passou a não ser mais uma palavra usada no dicionário da minha vida.
No ano seguinte, aos 17, mais uma preocupação: o vestibular. Nunca havia deixado minhas notas caírem, me esforcei ao máximo, tinha o sonho de passar na melhor faculdade. Então veio a escolha da profissão e, para a surpresa geral da nação, escolhi medicina. Como se já não bastassem obstáculos suficientes... A partir daí tinha o sonho de passar na mesma faculdade que o meu namorado, morar junto, ir embora da cidade que até então só mal me fazia. Por acreditar no meu esforço e nas minhas posições e resultados de simulados na classe, eu era otimista. Durante alguns momentos voltei a ser feliz. Vi um futuro palpável de felicidade real. Por um momento, acreditei num futuro melhor. Eu estava cansada de ser sempre pessimista.
Minha mãe se recuperou, voltou a trabalhar depois de anos parada, mas não significava uma melhor situação em casa. A tensão só aumentava e com isso o que não podia ser evitado se aproximou cada vez mais: a separação. Enquanto isso eu via estampado em cada vestibular o meu fracasso, o meu esforço em vão. Chegou formatura, colação de grau, e tudo o que eu sentia era frustração. O desespero de chegar aos 18 e continuar na casa dos pais me enlouquecia.
Como não era o maior problema do mundo, deixei que passasse após muito esforço para esquecer. Fui forçada a ter responsabilidade e procurar emprego. Passei de uma tempestade em alto mar para um tsunami. Comecei a trabalhar para que minha mãe pudesse sair de casa e se livrar do que só a machucava. O fiz por amor.
No começo, tudo são rosas. Estava animada e otimista. Jurava que não seria cansativo trabalhar e estudar, jurei pra mim mesma que daria certo. Não deu. Hoje, aos 18, estou desempregada e levando bomba nos vestibulares por não ter dado conta de fazer nem um nem outro. Estou sozinha, pois quem eu tinha, passou, e eu fiquei. Como sempre fico.
Minha vida têm sido repleta de colagens mal feitas, frases incompletas e fracassos acumulados. Todos os esforços não são suficientes. E logo vem a frustração.
E ainda tem quem diga, como conselho, que tudo isso "vai passar", me mandam esquecer, "bola pra frente". Como?, eu lhe pergunto, mas ninguém sabe a resposta pra minha pergunta. Porque passar por tudo o que passei, e que passo, e que não cabe num único post, e continuar vivendo já é uma vitória. E isso é o que as pessoas nunca entenderão. E continuarão me cobrando por coisas que não têm ideia de como é, continuarão me fazendo sangrar. E de tudo, o que mais me arrependo, foi por ter sido covarde quando tive meu best shot.

domingo, 5 de outubro de 2014

Um texto antigo para uma pessoa nova

“Quer casar comigo? Eu sei que faço tudo errado, que o meu jeito é todo desajeitado, mas eu prometo te fazer feliz. Casa comigo? Não gosto muito de filmes de romance, mas eu assisto todo final de semana com você. Casa comigo? Quando você estiver com medo de algo, eu prometo te abraçar forte e fazer o seu medo ir embora. Casa comigo? Eu escuto as suas músicas e aprendo a gostar de cada uma delas só pra poder cantar com você. Casa comigo? Eu não sei me cuidar direito, mas eu cuido de você todos os dias. Casa comigo? Não trabalho no circo, mas posso fazer palhaçadas pra te ver sorrir. Casa comigo? Quando estivermos no tédio, eu arranjo alguma coisa pra nós dois fazermos. Nem que seja tomar banho de chuva, ou fazer brigadeiro e assistir filme de terror. Casa comigo? Quando você tiver um pesadelo eu vou estar do seu lado, e é só você me chamar e eu irei te fazer dormir nos meus braços. Casa comigo? Eu não costumo acordar cedo, por isso não prometo te levar café da manhã na cama quase todo dia antes de você acordar, mas pelo menos um dia da semana eu levo. Casa comigo? Meu guarda-roupa é bagunçado, mas por você eu arrumo e deixo um espaço pra você colocar as suas roupas do ladinho das minhas. Casa comigo? Eu aceito a cor que você escolher pra pintar a nossa sala, sem reclamar. Casa comigo? Prometo ir atrás de você quando brigarmos, vou te puxar pelo braço e não vou deixar você ir embora. Casa comigo? Quando você estiver falando sem parar, prometo te calar com um beijo sem pedir pra você calar a boca. Casa comigo? Quando você estiver sentindo frio eu te esquento com o meu abraço. Casa comigo? Não tenho dinheiro pra te dar presentes caros, mas eu prometo te encher de mimos todos os dias. Casa comigo? Eu vou te surpreender, prometo não deixar o nosso relacionamento cair na rotina. Quando for levar café da manhã na cama pra você, eu coloco um bilhetinho. Quando você for pegar algo na geladeira, eu vou deixar um lembrete escrito que te amo. Quando você for na sala, vai ter uma flor e nela uma cartinha. Casa comigo? Eu controlo o meu ciúme pra não brigarmos. Casa comigo? Quando você quiser se separar um dia, eu vou te lembrar de todos os motivos que fizeram nós dois ficarmos juntos. Quer casar comigo? ”

É o amor que chegou...

“Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado… Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados… Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite… Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado… Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela… Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.”

Carlos Drummond de Andrade.

Uma indignação de 2012

Sabe, quando eu decidi mudar totalmente de área e decidi que queria prestar medicina, a maioria das pessoas fez direto a seguinte pergunta: "É por causa do seu namorado?". Antes eu só respondia "não" e fim de papo, porém, hoje, eu tenho o complemento dessa resposta.
Dá tristeza no coração ver como são os médicos do SUS, dá maior tristeza ainda ver pessoas precisando dos serviços deles e estes fazendo pouco caso. E é MUITO FÁCIL falar isso sem ter alguém que você ama muito precisando dos serviços destes médicos que DEVERIAM ter escolhido essa profissão (que pra mim é uma das mais lindas) para salvar vidas, para curar as dores e doenças das pessoas... Mas ultimamente as pessoas já fazem a prova do vestibular pensando nos seus futuros salários. Óbvio que dinheiro é importante e é mais óbvio ainda que todos queremos bons salários, porém estes devem ser consequência do seu rendimento mensal.
É triste ver OS MESMOS MÉDICOS fazendo um LIXO de diagnóstico quando o paciente é do sus e os diagnosticando corretamente quando seus pacientes são particulares. Mas espera aí, eles não estão sendo pagos pelo governo pra tratar os pacientes como devem ser tratados? Não estão sendo pagos pelo governo para diagnosticar CORRETAMENTE um paciente? E eu não estou falando de UM médico, e sim de vários. Eu só queria desabafar como está sendo difícil e doloroso ver a luta da minha mãe todos os dias. Está sendo difícil ter que aceitar que, se esses médicos DE MERDA tivessem prestado atenção na minha mãe, eles teriam a diagnosticado corretamente e hoje ela não estaria passando por todas as dores, por todas as corridas para o hospital, por todas as noites sem dormir... A minha mãe está sofrendo MUITO porquê esses médicos que trabalham no sus não dão a mínima pra própria profissão.
Desde o começo do ano, quando a doença dela não estava avançada, ela corre atrás de médicos pra descobrir o que tem. Ela não passou com um ou dois, FORAM VÁRIOS. Incluindo uma equipe inteira que a analisou e tudo o mais. E todos disseram que “não era nada grave”. Todos passavam algum tipo de remédio e a mandavam pra casa. Agora, no final do ano, com a doença totalmente desenvolvida, o ÚNICO médico que quis prestar atenção nela a diagnosticou direito. E sabe o que ele disse? Que o primeiro médico que ela passou já deveria ter notado que não era uma coisa simples. Ela passou até com o médico especializado no sistema digestório (onde está a doença dela) e não foi dado o diagnóstico correto.
Então, agora, eu posso dizer que é por isso que eu quero prestar medicina... Pra fazer a diferença, pra ser uma boa médica, pra dar valor PRA TODOS os pacientes, e ainda mais para os que não tem condições de procurar ajuda em clínicas particulares.
Se eu choro hoje por causa dessa situação é de raiva por causa desses médicos que não sabem o valor da própria profissão. E não sabem porque não importa se eles vão fazer ou não o que é certo, se eles vão diagnosticar ou não direito, no final do mês o salário chega. Só espero que a pessoa que eu mais amo no universo fique bem logo e que tudo corra bem. E isso foi só um desabafo.

Sobre política

Do grego "politikós", que significa "aquilo que é público", a política é um dos assuntos mais evitado e menos conhecido da população brasileira atualmente. Isso é, de fato, um paradoxo numa sociedade que já passou por duas ditaduras, inúmeros governos mal sucedidos e muita corrupção. Chega a ser um vexame, já que houveram tantos movimentos historicamente recentes no país lutando pelo fim da corrupção, do aumento de impostos, pela falta de terras pra todos e, inclusive, por um impeachment. Quem não se lembra das "Diretas Já!" e "Fora Collor"?
A sociedade adormeceu, as pessoas não seguram mais nenhuma bandeira, votam por votar, não se interessam pelos partidos existentes e no fim, reclamam todos os dias do governo. Frase mais sábia nas redes sociais durante as eleições deste ano: "Não é o político que vira ladrão, é o ladrão que vira político".
É triste que as pessoas não aprendam com os erros, insistem em trocar o sujo pelo mal lavado. O pior é que pessoas que procuram saber o que é melhor pro país, leem as propostas de cada candidato e se identificam com um que não é o popular são taxadas como "maconheiros", "gays", "drogados". Há uma inversão de valores e pensamento nesse país que não tem número suficiente de caracteres pra descrever.
Votei pela primeira vez este ano e sei que votei com consciência, porque jogar voto fora é votar em branco, nulo e "no que tá ganhando". Votei e votaria de novo no mesmo(a) candidato(a), mesmo sabendo que a massa ignorante não vota nele(a). Triste definir direita como "partido dos ricos" e esquerda como "partido dos corruptos". A política no Brasil é triste porque se faz por "favores" feitos ao povo que, na verdade, são mais do que a obrigação daqueles que foram eleitos! É triste saber que a população realmente acredita que o país vai mudar ao votar em candidatos que só faltam tatuar "I s2 corrupção" na testa.
Falta muita educação pro povo, falta saúde, falta transporte, falta segurança e falta cérebro. Ah, alienação, como faz-se presente nesses dias de eleição. O Brasil está perdido com a mídia que tem, os políticos que têm, os pensamentos que têm.
No Brasil, ultimamente, até o sol tem nascido triste, pois espera-se sempre a chuva. O que tem de alegre nesse país? A esperança de jovens mais conscientes que são, em média, 1,6% dos votos atuais.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Je t'adore...



Adorar é o verbo dos meios termos. Qual a definição desse verbo? Adorar é menos do que amar e mais do que gostar, é como banho morno, que não tem a temperatura certa em nenhuma estação, ou parece quente demais ou frio demais, mas é agradável àquele que prefere não se arriscar a tomar um banho quente ou gelado. Adorar é amar sem realmente amar, é beijar sem realmente entregar sua alma à pessoa beijada, é abraçar sem sentir a necessidade de ficar ali fundido à outra pessoa.
Adorar é um café frio numa tarde de outono, é um sorvete derretido numa tarde escaldante de verão, é um buquê artificial, um caderno de capa mole, uma camiseta desbotada. Adorar é não permitir-se amar ou deixar que o medo te coloque na zona de conforto, lugar no qual você tem a garantia de que não vai se machucar, mas ao mesmo tempo não sente a intensidade do que é amar.
Adorar é chorar por ficar em casa sábado a noite e não se levantar e sair de fato; é não usar batom vermelho com medo de borrar, é olhar a chuva pela janela quando a vontade pede para pisar descalça no barro. Adorar é pior do que amar sem ser correspondido, já que de fato não se ama. Adorar é aquele meio termo que ninguém gosta, mas muitos praticam inconscientemente.
O pior de tudo é quem adora e pensa que ama, e depois despensa e pensa de novo, e aí percebe que apenas gosta. O pior é quem diz "te amo" no lugar de "te adoro" para não machucar a outra pessoa e, no fim, acaba deixando mais um indivíduo solitário e descrédulo nesse mundo.
O problema não é amar, é pensar que ama e, de tanto repetir a mesma mentira, acabar acreditando sem realmente sentir.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Old text found



Faz tempo que não escrevo. Faz a mesma quantidade de tempo que não ponho meus sentimentos para fora. Estive indiferente durante esses meses, escondendo, lutando no meu interior, dizendo que está tudo bem, que não é nada demais. Porém, estou com medo, de novo. É o que eu mais sinto: medo. Na verdade, estou apavorada, com medo de que comece tudo outra vez e agora eu estou realmente sozinha. Ridículo como o mundo dá voltas e para sempre no mesmo lugar.
Minha mente, imaginação e coração estão querendo sonhar de novo, mas minha alma nem se permite sorrir de verdade… Eu sinto um grande bloqueio em mim. É ruim, dolorido e triste.
Chorei esses dias, mais do que o normal, passei o dia inteiro chorando, querendo morrer. Não muito diferente da situação do ano passado. Quando comecei a escrever nesse blog, eu apenas tinha um coração bobo partido. Agora eu estou inteira partida, e ainda escrevo, e ainda choro escrevendo e depois, ainda, choro lendo.
Porque a vida não é como um sonho bom? Tem que ser necessariamente esse pesadelo? Estou sofrendo tanto… Todos os dias, ao acordar, é uma luta diferente dentro de mim. E quem liga? As pessoas vêem um sorriso e acham que está tudo bem, que tudo passou, como a razão delas dizia que passaria. MAS NÃO PASSOU! Ainda está aqui! Ainda dói! E cada vez mais. E eu me sinto sozinha, triste.
Luto pra comer, luto pra não provocar nada em mim mesma, luto pra me olhar no espelho, luto pra conseguir me concentrar e estudar, luto pra conseguir sorrir, pra criar um quadro por fora de mim, justamente pra mostrar o que eles querem ver.
Porque uma pessoa não suporta ver a outra sofrendo, ela esnoba, ignora, passa por cima, afinal "não é com ela mesmo"… Pimenta nos olhos dos outros é refresco. E no coração dos outros? Na alma? Continua sendo refresco?
Me esforço tanto pra ajudar aqueles que precisam de mim, me disponho sempre que necessitam e quem está por mim? Como se eu estivesse curada, como se estivesse tudo normal! Aliás, o que é normal? Chorar toda noite é normal? Chorar se olhando no espelho é normal? Chorar por não ter ninguém é normal? Talvez até seja. Mas dói.
Comecei a lutar ano passado, fui me autossustentando até agora, mas eu estou sentindo meus pés afundando e eu sinto que tenho duas opções: ou afundar, ou cair. E ninguém vai me ajudar a levantar, aliás eu não queria alguém que me segurasse, queria alguém que me ajudasse apenas a levantar. Porque quedas são necessárias para aprender o que é viver, quedas são necessárias porque a dor "passa". Mas a minha passa e depois volta e eu continuo parada, no mesmo lugar de sempre, chorando rios, sorrindo por fora e solitária. Como sempre foi. Até agora.

domingo, 3 de agosto de 2014

Give me love


Me dê amor como deu a ela, pois hoje estou me sentindo extremamente triste e sozinha. As lágrimas que caem do meu rosto mancham a minha camiseta de cinza escuro e elas me dizem que eu deveria deixar o sentimento ir embora. Essas ideias rondam a minha mente durante toda a interminável noite. Talvez eu possa te ligar qualquer dia, depois que o meu sangue for apenas álcool. Sabe, eu só queria segurá-lo contra mim.
Me dê um tempo para pensar ou vamos terminar logo com isso, foi o que você disse, e tudo o que eu queria era amor. Nós brincávamos de tiro ao alvo, mas eu não percebi que em mim havia um grande circulo vermelho e fui eu que sai machucada. Tudo o que eu queria era o gosto amargo da sua boca na minha. Pelo amor de deus, me dê amor! Pelo amor de deus, me dê amor!
Me dê amor como nunca antes deu a ninguém, pois ultimamente eu tenho dado tudo de mim para você. E pode até ter passado um tempo, mas eu continuo sentindo o mesmo... Isso pode até parecer doentio então talvez seja a hora de ir embora e deixá-lo para trás. Mas eu lutarei até o fim e com certeza eu irei te ligar esta noite depois que o meu sangue for todo álcool. Você sabe que eu só queria segurá-lo contra mim.
Me dê um tempo para pensar, foi o que você disse, e talvez possamos brincar de tiro ao alvo novamente. Porém talvez eu preferisse que o meu coração não fosse mais o alvo. E toda vez que eu penso no gosto amargo da sua boca, é como se eu brincasse sozinha com os dardos, me acertando de novo e de novo e de novo. Me dê um tempo, foi o que você disse, e tudo o que eu conseguia dizer era: me dê amor. Me ame, como a amou e me dê amor.
Me ame e me dê amor, foi só o que eu pedi, mas os dardos eram mais cruéis do que suas palavras afiadas. Tudo o que eu quis te dar foi amor. Você disse que sentia falta do gosto amargo da minha boca, mas os seus sentimentos já haviam passado do prazo de validade e tinham apodrecido.
Pelo amor de deus, se você tivesse me dado amor... Talvez hoje só os meus beijos fossem amargos. E eu continuo pedindo, me dê amor porquê você sabe que eu te amei como nunca antes amei alguém.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Sentimento do dia: Frustração

Tenho refletido há alguns dias sobre as coisas que aconteceram na minha vida desde o ano passado. Talvez "refletido" não seja a melhor palavra a ser usada nessa situação, pois eu apenas não consigo mais me esquivar desse sentimento.
Lembro-me bem de, durante a colação de grau da oitava série, ter o sentimento de dever cumprido, de ter ficado satisfeita com o que eu era e com as coisas que eu havia realizado até ali. Lembro de todos os meus planos, meus sonhos, meus objetivos... Quando tudo mudou? Por que as coisas mudaram?
Naquela época eu sonhava em fazer intercâmbio, sonhava com minha festa de 15 anos; fazia planos malucos todos os dias de como eu seria quando completasse 18: magra, bonita e autossustentável num apartamento em São Paulo. Ironicamente, aqui estou eu, quatro anos depois, com 18 anos, sem ter realizado nenhum dos meus planos e sonhos. Não que isso seja uma grande novidade, já que eu sempre fui acomodada e não corri atrás de realizar nada. Claro que vários fatores influenciaram nisso, como meus relacionamentos patéticos, meus pais insensatos, minha falta de grana e minha falta de conhecimento sobre como correr atrás de sonhos, afinal, ninguém me ensinou que os sonhos poderiam ser realidade se você lutasse por eles.
Sempre fui uma garota meia-boca: aprendi a tocar instrumentos meia-boca, fui uma aluna meia-boca e uma adolescente meia-boca. O que não foi "meia-boca" foram os meus problemas.
As lembranças do meu primeiro colegial são quase zero. Lembro do primeiro dia de aula quando algum professor perguntou para cada um de nós ali qual curso queríamos fazer e, sinceramente, eu não fazia a mínima ideia. Mas eu lembro das respostas dos meus colegas: jornalismo, moda, arquitetura. É, o mundo dá voltas e são raras as coisas que permanecem iguais. Quem queria jornalismo hoje faz relações internacionais, quem queria moda, por sua vez, faz administração e quem queria arquitetura, prestou engenharia civil.
O sentimento que transbordava de mim no dia da minha colação de grau ano passado era frustração. Era tão gigante que não cabia em mim. Aquele ano eu dei o meu melhor, eu me esforcei mais do que ao máximo, eu suei, eu sofri, eu dei TUDO de mim. Eu inteira não fui o suficiente. Minha mãe sempre dizia quando eu era pequena: "você tem que se esforçar pra ser a melhor". Eu me esforcei e eu falhei.
Mesmo dando tudo de mim, eu não fui a melhor. Eu não fui primeiro lugar na classe, eu não passei na faculdade, eu não fiz intercâmbio, eu não voltei pra São Paulo, eu não emagreci, eu não conquistei nada do que eu sonhava conquistar quando chegasse aos 18. 
Chegou o ano novo e eu tive que arranjar um emprego, pois meus pais estavam se separando e a minha mãe não podia mais sofrer. Apesar de querer ajudá-la, o emprego não era o que eu queria. Hoje, nós não temos dinheiro, eu não posso estudar e nem fazer qualquer tipo de plano pessoal.
O sentimento de frustração é maior a cada dia, a cada vontade que eu tenho que engolir, a cada pessoa que passa na faculdade e eu não, a cada amigo que tem o que eu não posso ter por escolhas erradas de outra pessoa, a cada dia do meu namorado na faculdade que eu também prestei e não passei, a cada dia que eu lembro estar escrito "balconista" na minha carteira de trabalho.
Não me entenda mal, eu não to reclamando do emprego porque eu sou uma mimada fresca, mas eu quero mais e eu mereço mais, ou não me sentiria uma pessoa totalmente inútil como me sinto há alguns meses. Eu sempre imaginei que trabalharia pra pagar as minhas contas, sempre pensei que eu já estaria na faculdade nessa altura do campeonato. Eu até poderia estar na faculdade agora e na cidade que eu amo, mas eu quis outro curso e às vezes (sempre) me arrependo disso.
Tem gente no cursinho que já tá lá há três anos, só estuda, passa em qualquer curso todos os anos, mas não vai porque não se decide. E eu só queria um ano de estudo, só isso. Acho que dar o melhor de mim dois anos seguidos seria o suficiente.
É fácil falar pra alguém que se sente como eu que é só seguir os próprios sonhos, que é só correr atrás. Porém, correr atrás significa deixar pessoas importantes na mão, significa ser egoísta o suficiente pra pensar apenas no próprio futuro, e eu não sou mais assim. Eu era, mas depois que a gente muda, é impossível voltar a ser o que éramos.
Se antes eu reclamava de barriga cheia, hoje eu o faço de barriga vazia. Sinto falta de como era a minha vida e sinto ódio de como tudo mudou pra pior. A insegurança e a solidão me assolam e eu tento buscar forças, mas não sei aonde, não sei no que. Espero encontrar algum dia a paz e a felicidade que eu vejo em outras pessoas e que eu não consigo ter. E a minha vida continua baseada no esperar, esperar, esperar...

Ídolos

De acordo com o Dicionário Aurélio, um ídolos são certas figuras que desfrutam de grande popularidade como artistas de cinema, jogadores de futebol, etc. Meus ídolos costumavam ser pessoas famosas, pessoas que eu não fazia ideia como eram no dia-a-dia nem de como eram suas histórias de vida. Pessoas para quem eu dava minha admiração, minha paixonite e, principalmente, meu dinheiro. Muito da vida dessas pessoas era resumido em sorte, não em esforço e estudo.
Hoje, meus ídolos não são mais os mesmos e muito menos morreram de overdose. Os meus ídolos são pessoas que realmente merecem a minha admiração, aqueles que eu nunca tinha parado para elogiar, agradecer e agradar. Tenho tanta honra em conhecê-los que preciso descrevê-los para vocês.
Minha mulher preferida de todos os tempos é uma das mulheres mais fortes no mundo. Aguentou calada anos de sofrimento e de dor, de humilhação, de tristeza e de medo. Lutou para cuidar de quem ama e de si mesma. Luta todos os dias, até hoje. Ela levanta cedo e vai atrás dos problemas inúteis dessa vida, mas ela sabe que isso não é tudo. Seus conflitos internos são bem maiores, mas ela aguenta a barra. Aguentou doenças, passou pelo câncer, e venceu, como ela sempre faz. Apesar dos obstáculos, ela sempre vence, sempre. Ela merece muito mais a minha admiração do que qualquer cantora adolescente ou atriz de meia-idade em pleno auge de sua carreira.
Meu outro ídolo tem mais ou menos as mesmas características dessa mulher, com exceção de ser homem (dã). Nunca vi em homem algum a dedicação e o amor desse para com sua família. A vontade de crescer sempre mais, de ser sempre honesto e carinhoso é contagiante. Me sinto excelentemente bem em sua companhia... Ele é quase como um pai. Quase porque a gente não pode considerar como pai um professor de matemática, não é? (Risos). Brincadeiras à parte, ele é um pai. Todos os conselhos, o jeito como percebe que não estou bem e sempre me ajuda, sendo na matéria ou não, é muito acolhedor. Ele é o meu segundo ídolo, pois minha admiração por ele é cada vez maior. É o tipo de pessoa que a gente sente honra por estar perto.
Meu terceiro ídolo, não por ordem de importância, é quem eu sempre quis encontrar na vida. Não que a minha vida tenha sido extremamente longa até aqui, mas ele é quem todas as mulheres no mundo querem encontrar. Talvez, pra você leitor, ele não seja o cara mais lindo do mundo, mas pra mim é muito mais que isso. Ele atinge o que chamamos de perfeição. Alguém assim chega a ser surreal, daí eu admirá-lo tanto e daí ele ser um dos meus ídolos. Pensar que eu, dentre tantas, o conquistei, é uma honra. Sempre sentimos isso quando estamos com quem admiramos... 
Acho que o sentimento mais nobre, afinal de contas, não é o amor. O amor falha, às vezes (quase todas) machuca, fere. A honra é um sentimento nobre porque te eleva à um estado que, apesar de você saber cada defeito da pessoa, você encontra muito mais motivos para admirá-la.
Depois de alguns anos a gente percebe que a futilidade da adolescência passa, nós amadurecemos e aprendemos a olhar para o mundo com outros olhos. Nós aprendemos que nem todo mundo tem o mesmo ideal de vida perfeita e nem todo mundo é infeliz, nem todo mundo é marcado por falsidade e violência, nem todo mundo é desonesto, nem todo mundo é como nós imaginamos. A única coisa certa é que nós só admiramos o que achamos difícil ou impossível de ser ou conquistar, nós só admiramos o que não somos ou que pensamos não ser. E, no final, o que sempre esperamos é que possamos ser iguais aos nossos ídolos.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Torcida


Eu vou torcer sim, pelo meu país, pelos políticos corruptos, pela justiça injusta, pelos hospitais em péssimo estado, pelas escolas de má qualidade. Ainda mais, torço pelos professores que ganham mal, pelos bombeiros que também ganham mal, pelos enfermeiros, pelos policiais. Torço também pela segurança que, numa escala de 0 a 10, está com nota 2; torço pelos médicos que, por ganharem "pouco" no SUS, tratam mal os pacientes. E acima de todos, torço pelo brasileiro, ignorante sem saber, que vota todo ano nos mesmos candidatos errados, que não sabe reivindicar seus direitos sem esquecer dos seus deveres; torço pela população inteira que sofre pelas más escolhas uns dos outros.
Torço por todos, menos pela seleção, porque chutar uma bola num campeonato mundial faz cada jogador ter fama, carreira e MILHÕES de reais no bolso. Dinheiro esse que ajudaria milhares de pessoas que sofrem com a fome, com a seca, com a má qualidade do ensino, do saneamento básico, do sistema único de saúde, dos transportes públicos e da segurança.
É triste saber que dinheiro realmente é tudo o que precisamos pra ter uma vida de qualidade. É triste ver o Itaquerão lotado com pessoas que tem MUITO dinheiro e nem 1/4 da população tem o mesmo tanto de dinheiro pra poder estar lá também. É triste saber o quanto o povo brasileiro sofre enquanto uma minoria se diverte.
Vai mesmo ter Copa? Sim, já está tendo. Mas essa brincadeira não deveria nem ter começado. Eu continuo contra a copa e continuo tentando descobrir em quem votar em outubro pra ajudar a melhorar o país. O mais triste é ter que escolher "o menos ruim" pra ser presidente do meu Brasil.

*Artista Paulo Ito fez o grafite.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Changes

Gente, vim avisar três coisas que vão mudar no blog ainda esse mês (i hope so):

1- Mudança de nome. Sim, vou mudar o nome do blog e os principais motivos são que eu não sou mais tão adolescente assim e serei menos ainda a cada ano que passar, logo, como eu não pretendo deletar o blog, eu vou trocar o nome para algo que tenha mais a ver comigo hoje :)

2- Mudança de layout. Com a mudança do nome, vou precisar trocar de layout também... Vou me arriscar um pouco tentando fazer sozinha, mas não tenho ideia de como ainda. Então não se assustem se entrarem aqui e tiver com cores e temas diferentes!

3- Mudança de assuntos. Quero começar a falar aqui no blog sobre coisas que estou vivendo e me interessando agora como (acreditem se quiser) política, razões sociais, vestibulares e outras coisas pelas quais estou rodeada.


Se alguém tiver sugestões, coloca aí nos comentários!!! Prometo postar mais... E eu não vou parar de escrever meus textos melancólicos, é por eles que o blog existe e que eu desabafo. Espero que gostem :)

Xoxo

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Descobertas



Recentemente descobri que sou romântica. Não, não esse romântica que você pensou. Sou romântica no sentido de idealizar o inatingível, principalmente o passado. Tenho lutado contra mim mesma para continuar, para não sair da trilha, do caminho. Tenho tentado, todos os dias, a não ser mais uma que desistiu. Eu não quero desistir, eu quero persistir, mas sempre tem um "mas". Tudo parece tão incerto e eu sou tão insegura... A Vida sabe disso e brinca comigo.
Meu corpo e minha mente pedem, imploram, férias. Às vezes sinto como se nada tivesse mais solução, e o perigo está aí. Quando achamos que nada mais tem solução, acreditamos nisso porque é mais fácil do que ir à luta. Eu sempre lutei, entretanto, a vida pesa, as responsabilidades pesam, a falta de grana pesa, a necessidade de estudar pesa.
Tento encontrar um pilar que me sustente, pois estou fraca demais para ficar em pé sozinha.
Lembro-me dos meus 14 anos e sinto falta deles. Como eu disse, me descobri romântica. Sinto saudade de quando criei o blog, de quando eu quase nada conhecia da vida e de quando eram poucas as decepções que eu vivia. Até hoje me lembro do dia que o criei, de quando escrevi meu primeiro texto. Tinha acordado atrasada e sem vontade de assistir aula, sentei no banco do pátio e escrevi um monte de besteiras num papel avulso. Aí nasceu meu refúgio. Por causa de uma ilusão, nasceu o que me faz respirar, esse blog. Aqui eu posso me expressar.
Sinto falta do tempo que tinha para postar, para escrever... Hoje me arrependo de todos os textos que apaguei por causa de ciúme. Sim, me arrependo porque eram os meus textos, que eu escrevi durante toda a minha adolescência. Eram as palavras que me fizeram crescer, que me ensinaram muitas coisas. Quando se escreve um texto, o autor não fica se lembrando da pessoa que o fez escrever, mas o que aquele texto ajudou na vida dele. O meu erro foi não ter explicado isso claramente.
Porém, há coisas que abdicamos para recebermos outras em troca. Recebi amor, carinho, afeto, tudo em um nível que eu não imaginava ser possível. Recebo sinceridade, amizade, companheirismo, força e paz todos os dias. E hoje, depois dos dezoito, creio ter encontrado o que poucos encontram: amor verdadeiro.
Aprendi que amar não é como nos contos de fada, nos quais existe um amor sem obstáculos, surreal. O amor é aprender a conviver, descobrir-se e descobrir o outro, é aceitar os desafios de um relacionamento por um sentimento, é querer vencer os obstáculos para estar com aquela pessoa. Amar é aceitar-se e aceitar o outro, é crescerem juntos com sinceridade e respeito, antes de qualquer coisa.
Descobri que, apesar de ser extremamente pessimista, vejo o mundo mais bonito do que a maioria das pessoas. Percebo os detalhes, dou valor às pequenas coisas, acho graça no que consideram horrendo. Apesar de todos os pensamentos de "não vai dar certo" e "não vou conseguir", eu estou aprendendo a lidar. E se realmente não der certo, tudo bem se eu o tiver.
Não é que não possamos viver um sem o outro, nem ao menos somos cada um uma metade, nós somos completos e vivemos muito tempo sem nos conhecer. Mas estarmos juntos torna a vida muito mais fácil de se suportar.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Tirando o mundo das costas


Quão boa reclamona sou?! Porém não sei ser diferente... O que fazer quando tudo anda errado? Quando as inquietações da vida não me saem da cabeça e não há concentração, estudo ou livro que as expulsem? Poderia, sim, tudo ser mais fácil, mas fugiria à regra tratando-se de mim.
Mais uma vez a solidão me assola, querendo causar soluços e choro. Digo não, sem efeito algum. A cabeça gira e parece que eu preciso urgente ir à um psicanalista. Se este fosse Freud, provavelmente buscaria na minha  sexualidade a causa de tudo. Ou na falta dela. Ou na repressão, também dela.
Observo minha letro no papel... Cada traço traduz o que sinto: vontade de atingir a perfeição da vida e sem, infelizmente, ter mérito. Um erro ali, outro aqui, letras que se confundem e confundem outros.
No momento, partes de músicas passam repetidas vezes pelos meus pensamentos. Uma tristeza profunda me atinge. Lembro-me uma vez de ler um texto da época dos primeiros sucessos da fertilização in vitro. Lembro-me bem de que o autor questionou ser bom ou ruim a ausência de pais na criação de uma nova vida, colocou em pauta as questões da ciência conseguir, um dia, criar a vida humana sem um voluntário doador de esperma e uma voluntária de ventre acolhedor.
Fico pensando agora quão bom isso seria. Sabe como é, não tem melhor criação que a da própria vida. Penso nas coisas que eu teria feito diferente se não houvesse na minha rotina mãe, pai, irmão, sangue, estupros, doenças e merda, muita merda. Fico pensando no que teria feito de diferente em relação a vocêvocê e você. Os três "você" que mais marcaram a minha história, assinaram alguns capítulos e me concederam os direitos autorais.
O primeiro você durou dois anos oficiais e um punhado de dias, nada menos, como diria Brás Cubas, meu antigo companheiro das tardes de verão. Aquele, rapaz espertalhão, quebrou-me o coração para sempre. Após ele, sobraram-me algumas esperanças e paixonites (bem poucas, devo dizer).
O segundo você durou 6 meses e uma confusão de medidas. Queimou, apagou e restaram as cinzas que, por traquinagem do destino, não eram cinzas e nem tinham cheiro de fim. Guardei-as como quem guarda as de um parente cremado, com carinho.
Neste meio tempo, dos meus 14 anos até os 16 (anos), escrevi incontáveis textos, hoje apagados por causa do terceiro você. O meu cérebro também fez questão de apagar boa parte da minha memória dessa época, pois como declaram os psicólogos de plantão, após traumas e com a necessidade de continuar caminhando com a vida, o cérebro tenta "resetar". Claro que não com muito sucesso.
O terceiro você ainda dura e sem previsão de ponto final.  Porém, como uma montanha russa. Este declarou-me amor, fez-se perfeito, segurou-me com ambas as mãos. Jurou-me o "felizes para sempre" e cegou-se diante de mim. Colocou-me num pedestal, coroou-me rainha da sua vida, me deu flores e galanteios. Levou-me para passear, cantou-me, tentou me conquistar como nenhum outro antes havia tentado. Conquistou-me. Viramos um só; sorrimos, choramos, dançamos, nos descobrimos. Sentimos ciúmes, fomos inseguros, fomos fortes. Apoiamos um ao outro. Ele transformou-me em alguém muito melhor, em alguém que se importa com o próximo, que mede as palavras, que é cautelosa. Alguém que cuida, que acalma os ânimos. E assim ficamos calmos demais.
Onde antes eu só via perfeição, hoje vejo um caminho de pedregulhos. Quando tudo deveria ser flores, eu fui a seca e transformei as rosas aveludadas em espinhos pontiagudos. Hoje, que preciso ser egoísta, não o sou. Não consigo ser. Meu coração despedaçado sempre pertencerá a ele. Sempre e para sempre.
Uma pessoa sensata, por mais saudade que sinta do passado, não tenta trazê-lo de volta. Eu tentei, eu consegui. Mas para a minha surpresa as coisas foram diferentes.
Agora tudo para mim é dividido, tudo tem dois porquês, duas vontades, duas saudades. Basta saber que me odeio mais que antes, mais do que já me odiei.
E como se os problemas de dentro de mim já não fossem dilaceradores o bastante, há os problemas de fora de mim. Há os meus pais, as brigas e torturas que já citei.
O egoísmo nunca foi tanto o sentimento mais desejado por mim. E que comece a festa, os desejos, a ânsia, a lentidão e a depressão. Falando nesta última, bem-vinda de volta.

“Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso.”
— 
Caio Fernando Abreu



quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Buscando exclamações

Porque de repente eu quero tudo de novo? Porque de repente tudo virou você, de novo? Porque, de repente, assim, novamente, vi amor? E, ah! Suspiros. Se existisse uma taxa pela palavra "porquê", eu estaria muito mais do que falida. Devedora pra vida.
Eu realmente deveria entendê-la, deveria superar os problemas. POR QUÊ?! Menos um centavo na minha conta bancária... E você não vê. Quem vê, finge não ver. E de novo você e você e você... Na minha mente, em todo lugar, em cada roupa, em cada cheiro, cada lembrança.
Quantos "você" existem aqui, comigo? Um em cada estado, um em cada pedaço do meu coração. Lembra dos textos apagados? São páginas arrancadas da minha vida, por você. Você, sempre você.
E apesar de tudo, não consigo ver-te sofrer. Não consigo ouví-lo chorar. Me corta, magoa, mata. Um outro fim pra um amor normal, mais um choro sem sentido. Não há razão pra te escrever, perdi a razão ao encontrar você. E as minhas palavras se misturam num mar de falsas canções.
É como dizem, tão fácil vivermos por nós... Muito difícil vivermos pelo próximo. Parece tão correto e normal que eu possa encontrar outro alguém; tão errado e tão impossível que você também encontre. Ninguém disse que seria fácil.
Sinto muito, sinto errado, sinto sujo. Sinto-me mal, sinto-me triste, sinto-me infeliz. Queria, como sempre, começar de novo. Talvez eu saiba porque a vida não é como jogos de vídeo-game: seria fácil demais apertar o reset ou o start pela milésima vez.
Quem eu quero? O que eu quero? Há quem fuja e quem encare os problemas... Assim como Katherine Pierce, eu escolho a terceira opção. Suicide.
Mas também não posso, nunca posso, nada posso. Odeio sentir. Sentir falta, medo, insegurança, calor, frio, nostalgia, culpa. Poderia ter nascido um gato, mas nasci humana. Poderia ser egoísta, mas nasci com os genes de minha mãe. Trouxa.
E ainda me arrependerei de todas as palavras, de todas as vírgulas, ponto-e-vírgulas, pontos finais. Nunca dos pontos de exclamação, pois me fizeram gritar. Nunca dos pontos de interrogação, pois precederam os que acabaram de ser citados. Me arrependo da única coisa que eu fiz sem querer na minha vida: ter nascido. 
Poderia ter me enrolado no cordão umbilical, poderia ter poupado ao mundo a minha incrível monstruosa presença. Poderia ter acabado no início. Maldita corrida de espermatozóides. Eu não sabia que não saberia lidar. Agora eu sei. E adoraria ter amnésia.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Pontos de interrogação

Minha vida é feita de confusões. Papel e caneta são os meus psicólogos, muito pouco eficientes na resolução dos meus problemas pra falar a verdade. E você foi só você, e eu estou apenas sendo eu.
Milhares de coisas passam pela minha cabeça, muitas dúvidas, muitos questionamentos. Porque ao meu redor, tudo parece uma prisão. Todas as correntes de antes circulam ao meu redor, como incríveis e enormes cobras pretas que querem me pegar, me prender como antes. Elas riem de mim.
Coisas, fotos, conversas e pessoas voltam do passado. E tudo é transformado, de repente, em um vendaval. Há folhas coloridas e mortas por todo o lado, assim como aquele relacionamento que eu tanto idealizei (e que era mesmo quase que ideal, não fosse por mim). Colorido e morto. E eu ainda não sei o que o matou. Sou uma assassina? Sou uma má jardineira? Ou eu simplesmente continuo sendo eu, esbarrando em quem não devo, chorando pelo que não devo, escrevendo o que não devo nos lugares que não devo?
Que qualidades tenho? E até que ponto essas qualidades são mesmo qualidades? Qualidades pra quem? Pra mim ou pra você?
Meus sonhos, minhas vontades, todos são guardados a sete chaves e uma senha no lugar mais profundo do meu coração. Não posso, não posso, não posso. Volto a ser quem era, com pequenas mudanças (boas), com maiores lembranças (também boas). Volto a ser confusa. Volto ao poço, talvez ainda não ao fundo. E os meus olhos vermelhos voltaram de vez...
E você foi só você, e eu estou apenas sendo eu. Não há esforço. Não, nunca houve. E em outros tempos, em outras estações, com outros corpos e outras árvores, as forcei a crescer. Aceitei as pragas, tentei curá-las; aceitei o entortamento, tentei endireitá-las; aceitei a morte, elas por sua vez, não quiseram morrer.
Sigo tentando não machucá-la, querida plantinha, pois não sou egoísta. E não querendo me encher de méritos e pondo a modéstia à parte, sou incapaz de fazer-lhe mal. Então porque, percebendo isso, não morres de vez? Eu a enterraria e lembraria de ti como a boa sombra que fazias.
Insiste em viver. Insiste em tirar meu conteúdo, me matar. Sempre haverá esperanças, pra mim e pra ti.
E ele continua sendo ele, e eu sou apenas eu.